terça-feira, 23 de setembro de 2014

Valeu rapazes. Agora é a vez delas!!!!

Neste domingo, aconteceram muitas coisas no esporte. Muita gente vai lembrar do clássico perdido pelo meu time, o São Paulo, para o Juiz, digo, pro Corinthians por 3 a 2. Ou a derrota vergonhosa do Palmeiras de 6 a 0 ante o Goiás. Ou o clássico carioca Fla X Flu, empatado em 1 a 1. Mas no mesmo instante desses jogos, na Polônia, estava rolando a final do Mundial de Vôlei ( equivalente a Copa do Mundo de Futebol ), entre a seleção brasileira e a polonesa.
Depois do 7 a 1 aqui imposto pela Alemanha, teríamos vergonha de qualquer esporte? Certo? Claro que não, o vôlei de muitas conquistas para o país infelizmente parou nos donos da casa. Com o apoio da torcida fanática, os poloneses impuseram uma vitória incontestável de virada  por 3 a 1, parciais de 18-25, 22-25, 23-25 e 22-25. Longe de um 7 a 1, mas o time já foi vitorioso após ser prejudicado pelos donos da casa na Terceira Fase da competição e por lesões de jogadores importantes, como Murilo, Wallace e Bruno. Prejudicado no sentido de jogar dois dias consecutivos sem descanso e de pegar dois segundos colocados, quando deveria ter pegado um terceiro colocado, como Irã ou Alemanha. Mas se superou após ser derrotado pela própria Polônia por 3 a 2  impondo 3 a 0 nos carrascos russos. A revanche contra os poloneses parecia que ia ser fácil, mas com uma defesa muito bem armada, a Polônia virou o jogo, sendo o ponteiro Mateusz Mika o principal nome. Outro polonês, Mariusz Wlazly.
O Blog agradece aos esforços do Wallace, Lucarelli ( o Neymar do Vôlei ), Bruno, Murilo, Lucão e Mário Jr. E claro, do Bernardinho, um dos maiores técnicos de esportes coletivos da história, certamente. Não é para qualquer um chegar a quatro finais seguidas. Agora o foco é nas Olimpíadas do Rio em 2016. Agora a bola nos mundiais é para as nossas meninas.
As comandadas por José Roberto Guimarães, outro técnico fantástico, vão para a Itália como as grandes favoritas para o torneio deste ano. O mundial de vôlei é o único título que falta na sala de troféus das meninas. A seleção brasileira bateu na trave duas vezes nos últimos mundiais, em ambas as ocasiões para a seleção russa. Em 1994, perdeu o título para as cubanas. Agora, em 2014, pode ser a vez delas em terras italianas. O Mundial já começa hoje.
O Brasil está no grupo B, com Bulgária, Turquia, Sérvia, Camarões e Canadá. Um grupo que não vai oferecer grandes riscos para a seleção bi-campeã olímpica, devendo ter cuidado com as turcas, campeãs europeias, e com a Sérvia. No mais, o Brasil é franco favorito. As seleções que podem atrapalhar o caminho do título são as norte americanas comandadas por Karch Kirally, o maior jogador da história do Vôlei. A Rússia vem com a maior carrasco do Brasil nos outros mundiais: Ekaterina Gamova. A Rússia pode não contar com Sokolova, uma das maiores jogadoras de sua história, mas vem com mais vontade neste campeonato do que num Grand Prix vencido pelo Brasil. As italianas, como donas da casa, deverão mostrar serviço. E por fim, a seleção japonesa, com suas jogadoras rápidas e que se posicionam bem defensivamente. Outras seleções podem surpreender, tais como a seleção turca, a Alemanha ou até mesmo as cubanas, meio sumidas por aí.
Sendo o único título que falta para essa geração, nossas meninas estão motivadas. Mas claro, também devem ter calma nos momentos difíceis e fazer tudo mudar para melhor, tal como foi em 2012 em Londres, após uma primeira fase turbulenta e uma vitória épica contra a Rússia de Gamova e Sokolova. Vamos para cima delas, Brasil! Jaqueline, Scheilla, Fabiana, Thaísa, Dani Lins, Camila Brait, Garay e as outras. Mostrem que a equipe é forte como dizem e conquistem esse título. Se não vier, nada de baixar a cabeça como o 7 a 1. É juntar os cacos e ir tentar de novo.
Uma pena, tal como o masculino, a Tv aberta não transmitir os jogos. Mas de qualquer maneira, vai meninas, vai Brasil!!!!

Valeu rapaziada, mas agora....




... é a vez delas. Vai Brasil!!!!







sábado, 20 de setembro de 2014

Maçonaria e Engenharia: Algumas relações

Ao longo da história, muitas sociedades secretas surgiram. Pouco se sabe quando surgiram e para quê surgiram. Não se sabe se são boas ou ruins. E todo este mistério causa as mais elaboradas ou bizarras teorias da conspiração sobre estes grupos. Algumas dessas ordens se tornaram até populares na cultura Pop e são muito conhecidas pelo nome. Os templários, Skull and Bones, Rosa Cruz, Iluminatis e uma das mais conhecidas, a Maçonaria.
Não se sabe a origem exata da Maçonaria. Uns acreditam que surgiu na Inglaterra da Idade Média. Alguns acreditam ainda que ela surgiu nas areias do Egito dos faraós. Mas a Maçonaria que se conhece hoje, ou pelo menos se especula, surgiu na Inglaterra em 1717. E sabe o que é mais interessante disso tudo? O nome "Maçon" vem do inglês "Mason", que significa pedreiro. Porém, o nome Mason era aplicado a todo e qualquer um que trabalhasse com obras. E então conclui-se que a Maçonaria provavelmente surgiu entre os arquitetos e engenheiros.
Na mudança da Idade Média para Idade Moderna, muitas construções foram erguidas para a burguesia surgida com a mudança. E o nome burguesia vem de "Burgos", que eram muros enormes que cercavam as residências destes comerciantes. Com a construção de muros, castelos, casas e outras obras, surgiu a classe da construção civil, que se inclui os engenheiros. É tão evidente a origem dos maçons com a engenharia, que Deus é conhecido como "Grande arquiteto do Universo".
A maçonaria pode ter sido a grande responsável, em tempos distantes lá atrás, de várias revoluções pelo mundo. Desde a Revolução francesa, passando pela Independência dos Estados Unidos e chegando até aqui com a nossa Independência. E já é sabido que Dom Pedro I, o primeiro imperador do país, era maçon e perdeu até o apoio da Igreja Católica por causa disso. Além dele, muitos governantes tem seus nomes ligados a maçonaria. Deodoro da Fonseca, nosso primeiro presidente. George Washington e Thomas Jefferson, mentores da independência americana. Simon Bolívar, Hugo Chávez e outros nomes desta enorme lista. E neste países em que ela influenciou, deixou suas marcas na arquitetura e construção. Usando uma arquitetura greco-romana, com cores claras, simétricas e com supostas mensagens escondidas, a maçonaria deixou marcas nestas construções. Algumas até bastante conhecidas por nós. Veja só:


Casa Branca- Washington

Museu Imperial- Petrópolis

Pois é amigos, tem mais. Na maçonaria, há vários símbolos. Alguns conhecidos pela ficção ( como O Código da Vinci ). O G gigantes, o esquadro, o compasso, etc. Espera, compasso e esquadro. Uso nas aulas de desenho. E engenheiros usam isto também. E tem mais. Muito mais nos símbolos abaixo, todos relacionados a Engenharia Civil.Cada uma com um significado diferente.

A Alavanca de Arquimedes significa o poder de vontade.
O Pêndulo de plumo, que significa a profundeza de observação.
A Trolha, ou colher de pedreiro, como é popularmente chamada. Significa benevolência com todos.
O pavimento de mosaico preto e branco, representa o dualismo.


A transformação da pedra bruta em pedra polida, representa o trabalho do aprendiz.


O Compasso, que significa a medida da pesquisa.

O Esquadro, que representa a retidão da ação.

O Malho, ou malhete, significa a vontade da aplicação.

O Nível, que representa a o emprego correto dos conhecimentos.

A Régua, que significa a precisão da execução.

O Cinzel, que representa o discernimento na investigação.

O Avental, que representa o trabalho constante.










Bom amigos, está aí só uma pequena relação dos engenheiros com a a Maçonaria. O tema rende várias especulações que nem vou colocar aqui. Pesquisem bem antes de falarem bobagem.


            BOA NOITE! QUE O GRANDE ARQUITETO ESTEJA CONVOSCO!!!!!!




Fontes:
Símbolos
Mais informações aqui.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A extinção da vida

Pobre país. País aquele que sofria de miséria. Havia muita fome, poucas escolas e muito pessimismo. Mas esses problemas não são nada perto do problema da violência. Os poucos que tinham algum bem, eram roubados e alguns mortos. Crimes passionais aconteciam todos os dias. Acidentes, estupros, assaltos e invasões de terra. Por mais que prendessem, as cadeias já estavam lotadas. Os mais ricos se protegiam com muros altos, cercas tecnológicas e armas. Já os mais pobres ficavam a beira da sorte.
Entretanto, chegaram as eleições para o presidente daquele desgraçado país. Dois candidatos, opostos um do outro, debatiam para chegar a melhor solução para a violência. O primeiro pretendia investir em educação, fazer as cadeis reintegrarem os presos na sociedade, investir em esportes na infância e juventude e por fim, tirar as armas da polícia. Já o segundo debatia apenas uma solução: a pena de morte para todo indivíduo que for acusado de matar, estuprar ou roubar. Ou ser reincidente em um crime de não pagar impostos. Mais armas para a polícia, presença total de policiais em cada esquina e por fim, o fim da maioridade. Qualquer pessoa, independente da idade, estava apta a morrer. Ambos debatiam calorosamente, cada qual com seus argumentos e suas visões de mundo. O primeiro candidato tinha pouco tempo na TV. O segundo tinha todo o tempo do mundo na mesma. Este último estava o tempo todo a defender sua ideia na TV. Deu certo. O segundo candidato viraria o presidente da nação.
O povo comemorou. Agora teria paz sem aqueles vagabundos que não se ocupavam. Talvez por causa do alto desemprego, mas isso era pouco relativo."Vagabundo  não quer trabalhar e tem que morrer" dizia o presidente. Rasgou a antiga constituição e fez junto com seu partido na câmara, a nova constituição. Na TV, fez considerações sobre a nova Carta Magna do país:
- Cidadãos de bem do meu país, escutem. A constituição que vocês tanto clamaram, está feita. Quem for pego matando, roubando ou estuprando, seja qual for sua idade, sexo, estado civil ou orientação sexual, vai ser condenado a pena capital. Tudo em nome da sociedade de bem deste país que trabalha e trabalha muito para manter este país. Além disso, qualquer cidadão armado, está apto a atirar em qualquer um que estiver cometendo o crime ou se estiver provado que ele causou o delito. A pena de morte estará para todos e o vagabundo vai pensar bem, mas muito bem, antes de cometer um crime. E viva nossa nova constituição!"
Foi um sucesso. Todos comemoraram o resultado da assembleia dos deputados. E desde então, as execuções públicas viraram um sucesso. O primeiro a ser executado em praça pública foi um adolescente de 15 anos, acusado de roubar uma padaria. Foi executado da pior maneira que existe: na guilhotina, e sua cabeça no cesto foi comemorada por todo país. As execuções viraram um sucesso no país: um serial killer, um estuprador e um ladrão de bancos foram crucificados num outro dia. Um idoso acusado de pedofília foi executado na cadeira elétrica. E um a um, as cadeias esvaziavam com os presos sendo enforcados.
Parecia ir tudo ir bem. Os índices de criminalidade caiam na mesma medida que as cabeças nos cestos da guilhotina. As emissoras de TV ganhavam anunciantes durante as execuções ao vivo. O presidente teve uma popularidade jamais vista na história. Por outro lado, as escolas, os hospitais, as ruas e os prédios públicos estavam em mal-estado. As execuções e enterros eram muito caros. De modo a economizar nisso, o governo autorizou o apedrejamento e a jogar os corpos dos mortos no mar, sem qualquer velório. As famílias dos meliantes estavam proibidas de enterra-los.
Embora tenha economizado os custos da pena capital, o governo economizou também na educação. Poucas escolas foram construídas ou reformadas, ou tiveram livros novos ou aumentou o salário dos professores. A saúde pouco avançou. O transporte público já foi melhor e não dava conta da população das cidades que cresciam sem parar. Enquanto isso, carros novos nas ruas, armas de última geração, e salários altos, com bônus para quem matasse. Esses eram os policiais, que antes reclamavam que tinham pouco e agora, tem de tudo. Por causa disso, muitos queriam a carreira de policial. O problema era que o número era tão grande que um "vestibular" passou a ser aplicado aos novoa recrutas. As cadeias ficaram tranquilas e os criminosos que pagaram para não morrer eram os traficantes, golpistas e corruptos. E seus crimes, de dentro das celas, continuaram. Os dependentes das drogas continuaram a aparecer e novos crimes a surgir. Nem todos eram pegos e poucos morriam.
Nesse momento, o canditado a presidência que perdeu, foi ao Congresso discursar. E disse:
- Senhoras e senhores! A vida virou algo banal neste país. A pena de morte não adiantou nada, os crimes ainda acontecem. Ainda há tráfico de drogas, crianças sem escola e doentes aos monte noa hospital. O que o presidente tem feito por eles? A morte, condenaram-nos todos a morte. A morte não vai solucionar nada aqui em vida. Nada. Precisamos de mais insvestimentos em..."
Parou! Rapidamente, homens do exército apareceram e levaram-no para a praça central da capital. Ele foi sedado. Quando acordou, a lâmina da guilhotina encostava seu prscoço. Suplicou para viver até o presidente aparecer. O presidente soltou a lâmina e matou seu rival. E de lá, disse:
- O próximo que insultar o país terá o mesmo destino que esse aí. Joguem a cabeça pro público!
O povo ficou um tanto calado ao ouvir tais palavras. Agora irá morrer quem falar mal do país e ser contrário ao presidente. Tanto que a oposição fugiu para o país vizinho. A população ficou com medo, mas as emissoras diziam que tudo era para proteger o país. Além de roubar, matar ou estuprar, criticar pra baixo também era pena de morte. Ou seja, qualquer um ia morrer sem piedade. Tanto que tempos depois, uma criança vomitou na bandeira sem querer. Foi afogada da pior maneira possível. A mãe nem ao mesmo pode chorar, pois senão morreria. Não houve defesa e uma inocente criança foi morta. A notícia se espalhou e muitos se revoltaram, pedindo a pena de morte. O presidente mandou o exército matar todos da multidão. Bombas, tiros e gases eram disparados nas ruas contra os manifestantes, uns revoltados da morte do menino, outros simpatizantes do candidato morto. Muitos não sobreviveram. E nem na TV, ou no rádio a notícia doa mortos nas ruas foi passada. Tudo que foi dito era de que queriam a cabeça do presidente. A censura a mídia estava em prática.
As execuções ao vivo não passavam mais na TV. As pessoas ficavam ao mesmo tempo aliviadas pelos bandidos que eram mortos, mas muitos estavam com medo de morrer. Mas os assaltos e assassinatos ocorriam, passionalmente. Os presos eram mortos e ninguém sabia onde era a vala desses mortos. E nem julgamento existia. Passaram anos assim e a nação, que o ditador jurava estar melhor, era a mesma. Pobre e falida, com muitos desempregados. O único emprego bom e garantido era a carreira policial e também a militar. A pena de morte pouco mudou a vida dos cidadãos. Embora um pouco mais segura, os habitantes do país não tinham saúde e educação básicos. E nem podiam reclamar, pois quem reclamasse iria morrer. Menos alguns, como o filho do ditador.
Esse sujeito estava saindo de uma festa, quando perdeu o controle do veículo e matou uma menina adolescente. Nem ao menos socorreu-la. Fugiu de lá mesmo, mas muitos populares queriam matá-lo, afinal cumpriam a lei de que quem fosse pego matando alguém, merecia a morte. O rapaz foi pego por um tiro, mas sobreviveu e contou ao pai. O pai mandou matar todos daquele lugar que atiraram contra seu filho. A mãe da jovem morta gritou contra os militares e disse que a lei vale para todos e que o ditador não é Deua para decidir quem morre ou não. E até lembrou que Jesus nunca foi favorável a pena de morte ou a pré-julgamentos como estava sendo feito no país. A mulher foi pega e crucificada em praça pública. Mas a reação da população não foi de felicidade por um "criminoso" morrer. Foi logo de revolta, pois o ditador protegeu o filho que cometeu um crime e ainda matou uma inocente.
Quem estava no local correu para o palácio presidencial com pedras, facas e paus. Os militares e policiais isolaram a área e começaram a atirar. Muitos morreram ali mesmo e não tinham o direito de ser atendido. Os que já agonizavam levavam mais tiros, com os policiais rindo à toa de mais um trabalho bem cumprido. Até agora. Um ex-aliado da pena de morte gravou todo o masacre em praça pública e com a ajuda de um colega estrangeiro, fugiu com as imagens para fora do país. Mostrou-as para o mundo e o mundo conheceu bem a pena de morte como era. As torturas antes das execuções e toda a crueldade do governo, que usava métodos como a crucificação e o apedrejamento.
Os líderes estrangeiros boicotaram aquele país. Ninguém vendia e ninguém conprava dele. Não pode se tolerar tal sadismo de um governo. Governo este que entrou em crise e os policiais pararam de receber. Naquele momento, eles se recusaram a executar criminosos e inocentes. Se juntaram a população contra o ditador. Os militares, um tempo depois, se juntaram. O presidente passou a ser desmoralizado por todos os setores, pois o país piorou muito. E no dia da independência, ele foi preso pelos militares. Foi algemado junto ao seu filho. Foi guilhotinado na mesma guilhotina que seu rival e que muitos populares. Aquele que tanto defendeu a pena de morte sofreu dela.
As sanções contra o país só terminariam quando a pena capital fosse excluída. Após a posse do novo governo, ela foi extinta e foi jurado que ela nunca voltaria. As escolas e a saúde foi gradualmente melhorando e a violência diminuindo até chegar a zero governos depois. Todos nasciam com direito a vida, direito de se defender e direito a educação e a socidade. Tudo isso sem sangue ser derramado. E uma nova geração surgiu para não repetir os erros do passado.

domingo, 7 de setembro de 2014

Racismo, ódio e o perdão com dois jogadores diferentes

Amanhã é o 7 de Setembro, dia da nossa independência. Dia da pátria, bandeiras brasileiras por todo o canto, decoração, cantoria... só que não. Não somos como o 4 de Julho de " Roliude". Mas uma vez, a cada 4 anos, somos um pouco mais patriotas. Com a Copa do Mundo de Futebol, é claro! Tudo que descrevi se realiza antes de junho. Esse ano foi assim, quatro anos atrás foi assim e foi assim trocentos anos. E tende a ser assim ( mas pode ser que não, por causa do 7 a 1 pra Alemanha ). E na Copa jogou o menino Neymar.
Mas não falarei sobre ele. Ele será coadjuvante aqui. Falaremos de seu algoz na Copa. Não é a Alemanha. Ele se chama Juan Camilo Zuñiga, 28 anos, joga no Napoli da Itália e joga como lateral- direito. Ficou mais conhecido como aquele que tirou Neymar da Copa, após chutar sua coluna e quebrar uma vértebra. Os ortopedistas online acham que foi tudo armado pro menino Neymar sair de fininho e não estar na derrota brasileira pra Alemanha. Mas não falarei sobre isso de Zuñiga. Falarei do problema que ele sofreu após isso e vou relacionar a outro futebolista com o mesmo problema: Mário Lúcio Duarte Costa, mais conhecido como Aranha.
O goleiro recebeu este apelido em referência a outro goleiro: Lev Yashin, ex-goleiro soviético conhecido como " Aranha Negro " por causa de sua roupa negra. Mas deixando isso de lado, o que liga o colombiano com o goleiro? Ambos sofreram de um mal do Brasil do 7 de Setembro: o racismo. Racismo contra os negros, pretos. Foram humilhados. Zuñiga sofreu pelas redes sociais, com comentários o chamndo de " preto maldito " e  "macaco". Aranha foi chamado disso também, mas pela torcida do estádio adversário. Zuñiga perdeu com sua seleção aquela partida. Aranha ganhou a partida e viu o time rival ser eliminado em decisão inédita do STJD, que finalmente puniu com rigidez um clube por causa de sua torcida. O racismo de sua torcida, que entoa cânticos racistas todo jogo. Alguns acham isso um tanto exagerado, pois torcidas brigam com violência e não são punidas. A violência é um problema crônico, tanto como o racismo, com a diferença que o última é extremamente sutil em nosso país, com o mito da "democracia racial".
Zuñiga e Aranha. Ambos sofreram racismo de torcidas revoltadas adversárias. Uma após perder o melhor jogador. A outra por perder o jogo. Ambos repercutiram na mídia. Aranha pro bem, pois a menina que claramente o xingou, foi coagida por todos os lados e pagou o preço antes de qualquer justiça puni-la como devia. Já Zuñiga, ficou marcado como vilão, como um jogador violento que talvez nunca foi. Humilhado por todos os lados e vítima do mesmo mal que acometeu Aranha. Mas a mídia quase não divulgou o racismo sofrido pelo colombiano. Nem a xenofobia, tampouco as ameaças de morte a ele e sua família. Zuñiga sofreu tanto quanto Neymar. Mas um é querido por todos, enquanto ele, naquele momento, não era mais um ser humano. Aranha saiu por cima, mas foi ouvido. Bem ouvido, foi firme em suas declarações e de se orgulhar de sua cor. Já Zuñiga, será lembrado como eterno algoz de Neymar e talvez, do povo brasileiro. Talvez, pois nem todos se simpatizam com o jogador do Barcelona da Espanha. E nem são tão patriotas assim, já que muitos acham que Neymar quis escapar do vexame de cinco dias depois e espalhando 1001 teorias da conspiração, que nem vou dar trabalho de listar aqui.
Mas e o perdão? Somos humanos, erramos muito. Mas no mundo de hoje não há tempo de perdoar. Só de pisar em cima de quem nos humilhou um dia. De vê-lo sofrer tal como sofremos. Zuñiga errou. A menina gaúcha linchada moralmente também. Mas ambos sofreram as consequências do ódio irracional da parte dos brasileiros. Ambos pediram perdão. Zuñiga sofreu com racismo, xenofobia e ataques pessoais. A torcedora do Grêmio sofreu de machismo, xenofobia e mais uma centena de ataques pessoais. Zuñiga sentiu na pele o que o goleiro sofreu. Mas no seu caso, foi algo "autorizado" por alguns. Aranha teve uma defesa, embora alguns achem que ele exagerou ( sempre existem ). Neymar, Aranha, Zuñiga e a torcedora gaúcha foram vítimas e vilões. Mas qual foi a diferença do caso Aranha e do caso Neymar/Zuñiga? O perdão. Neymar perdou Zuñiga pelo erro dele. Já Aranha " perdoou" a torcedora, porém disse que não quer vê-la, já que a mesma se arrependeu do ato e quer vê-lo e pedir desculpas. Aranha não quis nem saber. Deu um chega para lá e perdeu a chance de fazer como Nelson Mandela e Martin Luther King fizeram: perdoar seus algozes e junto deles reerguerem o mundo após os erros passados. Neymar fez como esses, guardadas as proporções. Zuñiga deve ter perdoado os brasileiros que o atacaram nas redes sociais.
Neymar perdoou a violência sofrida. Aranha já não fez a mesma coisa em relação ao racismo sofrido. Como a música de Gabriel o Penaador diz,  "Racismo é burrice". É algo grave, um erro que pode ser corrigido e sempre combatido, tal como a violência física. Conclui-se que a violência psicológica que Aranha e Zuñiga sofreram, assim como a torcedora sofreu, doeu tanto quanto a dor de Neymar nas costas.
Mas a solução para isso é mais simples que o linchamento ou da violência contra os algozes. Há dois remédios para isso: um é a educação, pois quanto mais socializados e sabedores ficamos, menos ignorantes ficamos. O outro é o perdão, que não nos iguala aos ignorantes e dá ao ignorante a chance de ver a luz da educação a frente. Para nunca mais cometer o erro anterior e assim, construir um mundo melhor. Mas aí, é muito trabalho. Não é fácil, mas vamos excercitar o perdão.
Feliz 7 de Setembro!
"Errar é humano, perdoar é divino"