quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A Origem dos nomes das estações das Linhas da CPTM: Linha 12- Safira


Olá amigos, como vão? estive um tempo sumido por milhares de motivos, mas aqui estou eu de volta em mais um Post de utilidade pública. Estou aqui com a série "A Origem dos nomes das estações das Linhas da CPTM" e hoje vou falar sobre a Linha 12- Safira. A linha 12 é historicamente a mais recente dentre as que foram faladas aqui. Ela foi construída na década na década de 20 e chegou a ficar pronta em 1926, mas atrasos em algumas partes da linha fizeram a obra parar e quando rudo foi retomado, a linha foi aberta somente em 1934.
A Linha 12 era também chamada "Variante Poá" e ao contrário das outras linhas atuais da CPTM, foi criada não para carregar carga, mas sim foi construída para o transporte de passageiros para as regiões suburbanas de São Paulo, estando paralela a Linha 11 (antiga Central do Brasil). A linha passou por muitas mudanças desde então, desde da mudança das composições até mudanças nas estações, com estações que já foram desativadas. Entre elas, a estação Agente Cícero (próxima da atual estação Penha do Metrô) na década de 70 e a Estação Engenheiro Trindade, estação que ficava próximo da divisa com Guarulhos e que foi desativada em 1999 por causa de vandalismos. Elas ficavam no trecho entre as estações Tatuapé e Engenheiro Goulart. Mas há planos de uma nova estação entre elas, a estação Tiquatira (que ligará também a linha 2 do Metrô) e a estação União Vila Nova, entre as estações São Miguel Paulista e Comendador Ermelino. Mas ainda não há previsão de quando elas serão inauguradas. Sem contar a extensão até a estação Suzano.
Enquanto isso, vamos nos atrever as estações existentes. A Linha 12 liga a estação Brás a Calmon Viana em Poá possui 13 estações e 39 km de comprimento. Passa, além da Zona Lesta de São Paulo, pelos municípios de Itaquaquecetuba e Poá e futuramente, Suzano. A linha foi considerada por muito tempo uma das piores da CPTM, mas foi melhorando graças a investimentos em novos trens e reformas na maioria das estações, embora as estações em Itaquaquecetuba careçam de cuidados. E apesar da linha  ter recebido novos trens, os usuários ainda sofrem com longos intervalos de espera. E prejudica quem vem de regiões isoladas do restante da cidade.
Mas não vamos ficar nas lamentações. Vamos falar de história e o que a Linha pode ajudar a contar de história dos locais por onde passa. E pelos seus nomes, vamos descobrir agora. Paguemos R$ 3,80 (absurdos) para irmos até Calmon Viana para saber a origem dos nomes das estações da linha 12.
Bora lá?

Brás 

Tatuapé

Engenheiro Goulart 

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Entrada da estação recém-reformada
A estação foi inaugurada em 1934 e teve duas mudanças em sua estrutura, em 1970 e agora em 2017. A estação presenciou uma grande tragédia em 1959, quando dois trens de passageiros colidiram e matou 50 pessoas e feriu 122. Mas tragédias a parte, o nome da estação homenageia um dos engenheiros que construíram a Central do Brasil. A estação dá acesso ao Parque Ecológico do Tietê e também estará integrada a Linha 13- Jade, prevista pra 2018 e que ligará a estação até o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Por causa disso, a estação foi fechada por três anos para reformas e preparada para o aumento do movimento da estação.
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Parque Ecológico do Tietê, que se localiza próximo da estação


USP Leste 

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Plataforma da Estação USP Leste.
Uma das estações mais recentes da linha, a estação USP Leste foi inaugurada em 2008 e como o nome indica, foi construída para facilitar o acesso à USP Leste. A Escola de Artes, Ciências e Humanidades foi inaugurada em 2005 e tem como objetivo trazer grandes universidades para a Zona Leste. A unidade da USP oferece 10 cursos de graduação em áreas como Educação Física, Gestão Ambiental, Sistema da Informação e Marketing. No geral, são cursos que não são tradicionais e considerados mais modernos.

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Vista do Campus da USP Leste.

Comendador Ermelino 

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Entrada da Estação.
A estação foi oficialmente construída em 1926, mas inaugurada em 1934. A estação permaneceu com o prédio original até 2006, quando foi demolido e próximo do original, o novo prédio foi inaugurado em 2008. O nome da estação é também o nome do distrito, o de Ermelino Matarazzo. Ermelino Matarazzo (1883-1920) era o filho mais velho do magnata ítalo-brasileiro Francesco Matarazzo, um dos homens mais ricos da história do Brasil e dono de vários negócios por aqui, como na agricultura, siderurgia, construção civil, bancos e indústrias diversas. Ermelino era o sucessor de Francesco e chegou a comanda as empresas do pai durante a I Guerra Mundial, pois seu pai esteve na Itália ajudando no abastecimento da cidade de Nápoles. Mas Ermelino morreu precocemente em 1920, em um acidente de carro na Itália. Em sua homenagem, a estação e o bairro foram nomeados com seu nome, além do mais, a família Matarazzo tinha diversas terras pela região do bairro atual e até em outros municípios, como Guarulhos. Até hoje, a família Matarazzo, mesmo tendo perdido as indústrias em 1987, se mantem influente na política paulista, com nomes entre o atual vereador e ex-senador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) e o ex-vereador Andrea Matarazzo, ex-PSDB. Outro nome conhecido é do diretor Jayme Monjardim, filho da cantora Maysa com André Matarazzo, sendo Jayme pai do ator Jayme Matarazzo. Eduardo, Andrea e Jayme são bisnetos do Conde Francesco.

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Bairro de Ermelino Matarazzo.

São Miguel Paulista 

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Entrada da Estação.
A estação foi oficialmente inaugurada em 1934, mas assim como a de Comendador Ermelino, foi construída na década anterior. Passou por duas reconstruções, em 1982 e recentemente, em 2013. Está localizada no distrito de mesmo nome, o de São Miguel Paulista. O distrito é um dos mais antigos de São Paulo e segundo fontes, foi fundado pelo Padre José de Anchieta em 1560. O objetivo do bairro era defender São Paulo da invasão de índios, como os Tamoios, que ameaçavam a região. Até o século passado, São Miguel compreendia uma vasta região que hoje corresponde também aos distritos de Ermelino Matarazzo, Itaquera, Itaim Paulista, Guaianases e até partes de municípios como Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Suzano e Ferraz de Vasconcelos. O nome do bairro vem da capela de São Miguel Arcanjo (anteriormente Capela dos Índios), uma das mais antigas de São Paulo e que foi inaugurada em 1622. A capela recebeu o nome do Arcanjo Miguel, que segundo a Bíblia, mais precisamente no livro de Apocalipse, é o Anjo que derrota as forças de Satã. É considerado o padroeiro dos militares da cavalaria, dos militares e dos fuzileiros.
O bairro de São Miguel Paulista é um bairro bastante distante do centro e depende principalmente do comércio e das indústrias da região, como a Nitro Química, próxima da estação. Mas muitos do bairro trabalham longe da região.

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Vista do bairro de São Miguel Paulista, um dos mais antigos da cidade.

Jardim Helena - Vila Mara

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Plataforma da estação.
Outra estação recente, a estação Jardim Helena-Vila Mara foi inaugurada em 2008 e era uma reivindicação antiga dos moradores da região. A estação está localizada no bairro da Vila Mara, que por sua vez está no distrito do Jardim Helena, que fica na região de São Miguel Paulista. A região do Jardim Helena é habitada desde o século XVII, mas a população do bairro cresceu com a migração nordestino entre os anos 80 e 90, após o loteamento da antiga Papelok. O distrito, um dos mais carentes de São Paulo, passou por uma grande diminuição de sua população, que passou de 110 mil para 92 mil nos últimos 20 anos. O bairro abriga algumas indústrias, mas muitos da região trabalham fora do distrito.

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Bairro do Jardim Helena.

Itaim Paulista 

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Entrada da estação.
A estação foi uma das inauguradas em 1934, mas que já estavam prontas em 1926. A estação do Itaim Paulista passou por duas reconstruções (1979 e 2006) e hoje está nos moldes da estações mais modernas. Está localizada no distrito de Itaim Paulista, um dos mais extremos da Zona Leste. O nome do distrito vem do tupi e significa "pedrinha" (sendo ita pedra e im um diminutivo). O distrito surgiu junto com o de São Miguel Paulista e foi fundado no século XVII, embora seja de data incerta, é considerado oficial o ano de 1621. Até a metade do século XX, era um distrito rural, com a presença de migrantes alemães e mudou totalmente com a migração de nordestinos para lá. O bairro se desenvolveu e embora conte com comércios, parques e shoppings, é um dos distritos mais carentes da cidade. O distrito é o segundo mais populoso da zona leste, tendo 240 mil habitantes (só ficando atrás de Sapopemba).

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Vista do bairro de Itaim Paulista, um dos mais distantes bairros de São Paulo.

Jardim Romano 

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Plataforma da estação.
A última estação localizada em São Paulo, a estação foi inaugurada em 2008, após uma luta de mais de 20 anos dos habitantes do bairro. O bairro, apesar de estar no extremo leste e estar próximo ao Itaim Paulista, pertence ao distrito do Jardim Helena e consequentemente de São Miguel Paulista. O bairro leva o nome do gentílico de quem nasceu em Roma. Localizado na várzea do Rio Tietê, é conhecido por seus constantes alagamentos nas épocas de chuvas e em alguns casos, a água fica nas casas por meses. A situação evidencia a falta de controle do crescimento urbano do Brasil, infelizmente.

Resultado de imagem para jardim romanoVista do bairro do Jardim Romano e o dique que foi construído para evitar as enchentes do bairro causadas pelo Rio Tietê.

Engenheiro Manoel Feio

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Plataforma da estação, mais antiga em relação as outras da linha.
E chegamos em Itaquaquecetuba, e a primeira estação da cidade é a de Engenheiro Manoel Feio. A estação foi construída em 1926 e inaugurada em 1934, a estação foi reconstruída na década de 70 e futuramente passará por reformas. O nome da estação homenageia uma dos engenheiros da Central do Brasil.A estação também possui conexão com uma ferrovia de transporte de cargas, que futuramente integrará o Ferronanel.

Itaquaquecetuba 

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Plataforma da estação.
A segunda estação da cidade tem a mesma data de inauguração das demais (das mais antigas) e se localiza no coração da cidade, tendo o prédio sido reformado nos anos 70. A estação leva o nome da cidade, que significa "lugar abundante das taquaras cortantes como faca" na língua tupi, embora o "i" não pertence ao termo original. A taquara é uma espécie de bambu que era abundante na região e que servia para os mais diversos fins, inclusive na fabricação de zarabatanas. O município começou a ser habitado no século XVII e pertenceu a cidade de Mogi das Cruzes, do qual se emancipou em 1953. A cidade tem sua economia baseada na indústria, atraídas pela proximidade do município com a Rodovia Ayrton Senna e recentemente do Rodoanel, e do comércio. A cidade de mais de 322 mil habitantes se desenvolveu nos últimos anos, mas infelizmente é uma das cidades mais carentes da região metropolitana e que possui graves problemas com habitações irregulares. Mas a cidade tem melhorado.

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Vista de Itaquaquecetuba, ou "Itaquá" para os íntimos.

Aracaré 

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Plataforma da estação, próxima ao Rodoanel.
A estação Aracaré foi inaugurada em 1950, estando estrategicamente localizada entre as estações de Itaquaquecetuba e Calmon Viana. Das estações da linha 12, ela é a única a conservar o prédio original. A estação correu o risco de ser desativada, devido ao baixo movimento da estação (menos de 10 mil pessoas por dia), mas com os protestos dos moradores das regiões próximas, a ideia foi abandonada e cogita-se a reforma da estação. O nome da estação, aliás, significa "morro coberto por vegetação", segundo o dicionário.

Calmon Viana 

Já falado em: http://engenheirodevida.blogspot.com.br/2017/07/a-origem-dos-nomes-das-estacoes-das.html

Bem amigos, até termos novas linhas construídas de fato, volto com a série. Acabamos por aqui. Até.