quinta-feira, 14 de maio de 2015

Arrogância não ganha jogo



A arrogância se define como falta de humildade. Embora as vezes pode ser algo útil, a falta de humildade faz muitas pessoas não serem bem vistas ou queridas por seus próximos. Orgulho demais é prejudicial para a vida pessoal. Para instituições, é essencial. Para equipes de futebol, humildade é algo essencial para a conquista de um título. Um time que reconhece seus erros e respeita seus adversários é sempre um time bem visto e que consegue melhorar. Mas e quando falta humildade? Acontece como ocorreu ontem com três grandes equipes do futebol. No Brasil, os rivais São paulo e Corinthians. Fora dele, com o Real Madrid.
O Rea Madrid começou a temporada com tudo: Campeão da Liga dos Campeões e contando com o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo. Além disso, adquiriu dois jogadores que se destacaram na Copa do Mundo: o volante alemão Toni Kroos e o meia colombiano James Rodríguez, artilheiro da última Copa. Juntando-se a Cristiano Ronaldo, o ponta galês Gareth Bale, o atacante francês Karim Benzema e ao meia croata Luka Modric, a equipe do Real Madrid parecia imbatível. E provou no começo da temporada até a metade, ganhando várias partidas seguidas e estando perto de chegar no recorde de 24 vitórias conseguidas pelo Coritiba, mas acabou perdendo a invencibilidade para o Valencia (não contando um amistoso perdido para o Milan). Ganhou o mundial e a partir dai, caiu de rendimento. terminou a 1° fase da Champions vencendo todos os jogos e tomando apenas 1 gol. Mas ao pegar o Schalke 04 da Alemanha, achou que seria fácil demais depois de ganhar o primeiro jogo por 2 a 0 fora de casa. Ledo engano quando os alemães ganharam no Santiago Bernabéu por 4 a 3 e terem jogado melhor ao de quase terem feito história. Após passar pelas quartas de final após dois jogos duros contra o Atlético de Madrid, nas semifinais encontraram a Juventus. Foi aí que a falta de humildade do Real apareceu. Entre os seus "torcedores" no Brasil e nas redes sociais, vi várias frases dando como certa a vitória do Real. O favoritismo era do real, sim. Mas quem disse que a vitória era? Esses "torcedores" não se deram conta de saber quem era a Juventus. Equipe com maior número de títulos no campeonato italiano, atual tetracampeã do Calcio e bicampeã da Champions. Achavam isso pouco perto dos 240 milhões pagos para ter James Rodríguez. Mas no jogo, a Juventus foi para final.

Foto de Fabricio Ranzetti.
Isso...
                                             


...virou isso!
                                           
Não posso afirmar com toda certeza que faltou humildade ao Real Madrid. Mas aqui no Brasil, tenho certeza que faltou humildade e sobrou arrogância dos rivais paulistas São paulo e Corinthians. Ontem, a falta de humildade das equipes se converteu em eliminações na Taça Libertadores, de dois times de qual se esperava mais por sobreviverem ao grupo da morte com San Lorenzo da Argentina e Danúbio do Uruguai. Mas ambos os times desprezaram tudo e a todos antes do baque.
Caso a caso, a arrogância do São Paulo F.C já vem de antes. Depois do período 2005-2008, em que a equipe ganhou a Libertadores, o Mundial, o Paulista e 3 Brasileirões seguidos, o time parou no tempo. A administração do ex-presidente Juvenal Juvêncio ganhou os 3 Brasileirões em sequência, mas parou por aí. A equipe colecionou resultados ruins e só ganhou algo em 2012, neste caso, a Sulamericana. Mas Juvenal não parecia estar nem aí. Mesmo com os resultados ruins em campo, o ex-presidente se colocava acima do bem e do mal e julgavam mal outros clubes. Exaltava o passado tanto que esquecia o presente. O time foi pelo mesmo caminho nestes anos. Exaltava-se a si mesmo como o maior campeão sem demonstrar isso em vários jogos. Sobrava orgulho e faltava raça na equipe. Exibia-se um CT moderno para os jogadores de base que poucos resultados deram em competições importantes. E revelou poucos jogadores de renome, embora Kaká e Lucas sejam exceções. Juvenal parecia que não ia sair do poder, do qual rasgou o Estatuto do time e se reelegeu pela terceira vez. Mas ele saiu e por incrível que pareça, alguém pior entrou no lugar: o atual mandatário Carlos Miguel Aidar. Em 1 ano no cargo, conseguiu arrumar brigas com os Presidentes de Corinthians e Palmeiras, caluniou o Napoli da Itália, chamando-o de "time da máfia" e aprontando outras por aí, sempre com elitismos. A equipe até melhorou no ano passado com o vice-campeonato, mas neste ano as coisas começaram ruins. Tanto que o técnico mais vitorioso do clube após Telê Santana e seu discípulo Muricy Ramalho caiu. E ontem, o São Paulo caiu para o Cruzeiro nos pênaltis. Com a vitória de 1 a 0 no primeiro jogo e o bom futebol demonstrado, a torcida do time que acompanhou a arrogância dos dirigentes já davam como certa a classificação, dando como parâmetro a história do confronto favorável ao tricolor. Mas nunca deve-se usar retrospecto como certeza de vitória e talvez nem como referência. Memes e brincadeiras antes da hora foram silenciadas com a vitória do cruzeiro no tempo normal e nos pênaltis, que marcaram a última libertadores de Rogério Ceni, o goleiro quebrador de recordes. A arrogância do time foi castigada ontem de maneira severa. Já era castigada, ontem então...
A equipe do Coritnhians sempre foi exaltada como equipe do povo. Mas no últimos tempos não é o que se tem visto a humildade do povo. Após o título da tão sonhada Libertadores em 2012 e o Mundial do mesmo ano, a equipe ganhou prestígio dos torcedores e até dos rivais. Mas isso aos poucos foi caindo, após a eliminação (um tanto injusta) na Libertadores de 2013 para o Boca Juniors. Já começou a cair ao comprarem o atacante Alexandre Pato do Milan por mais 40 milhões de reais, mesmo com o time campeão do mundo. Mesmo com os altos valores de compra e do salário de Pato, a equipe não rendeu e ele foi criticado pela torcida e foi algoz na eliminação da equipe na Copa do Brasil. Foi para o São Paulo em uma troca com Jadson e a equipe ainda paga o Pato (literalmente!). Quis dizer metade do salário do jogador que está no rival. Neste ano, a equipe chegou com tudo. Grandes apresentações na Libertadores e vitórias contra os rivais São Paulo e Palmeiras fizeram a imprensa inflar o ego dos torcedores, atletas e dirigentes do clube ao afirmar que o time poderia estar na Champions League. Após o 1° de abril e uma goleada de 4 a 0 sob o Danúbio, parceia certo. Mas a equipe parou por aí. Foi eliminado no Paulista pelo rival Palmeiras e perdeu a chance de eliminar o São Paulo da Libertadores na 1° fase. Mas a equipe pareceu não se importar, ao ponto do atacante peruano Paolo Guerrero, artilheiro e estrela da equipe dizer em entrevista após a eliminação do Paulista que não se importava com a eliminação e que equipe preferia campeonatos grandes. Estava citando a Libertadores, na qual pegou o Guarani do Paraguai. O favoritismo era corintiano, mas quem disse que a vitória era? Antes do jogo, o diretor da equipe Sérgio Jarikian disse que o jogo contra o Guarani não era tão complicado em comparação se a equipe enfrentasse um time brasileiro ou argentino. Ledo engano na declaração minutos antes do jogo. No Paraguai, 2 a 0 para o Guarani com falha do goleiro |Cássio, herói da equipe nas conquistas da Libertadores e Mundial. Ontem, um vexame maior: dois jogadores expulsos e a vitória de 1 a 0, com 3 a 0 no placar agregado. E é claro, piadas eternas dos rivais que ainda relembraram outro caso de desprezo que deu em um vexame: o Tolima em 2011, quando a equipe colombiana eliminou o time que contava com os astros Ronaldo e Roberto Carlos na Pré-Libertadores. Nunca uma equipe brasileira foi eliminada nesta fase antes da equipe alvinegra. O vexame foi tanto que contou com protestos da torcida, aposentadoria de Ronaldo e Roberto Carlos saindo da equipe pelas portas do fundo para a Rússia. Ontem, aconteceu de uma forma pior.
As equipes em questão falharam em seus maiores objetivos na temporada por uma razão: faltou humildade na equipe, seja no elenco ou na torcida que contavam vitória antes da hora. E agora vieram as falhas e as provocações naturais dos rivais. Mas no fim, as equipes viram que devem largar o orgulho e a arrogância e batalhar para conseguir a glória novamente. Mas desta vez respeitando o rival e jogando com seriedade. Sem seriedade, não vem títulos. Só lamentações e ter que aguentar as "zuações dos rivais"

O melhor a se fazer no momento é se consolar.


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