Olha, difícil! Desde o governo de Juscelino Kubitschek, o transporte rodoviário se transformou no principal modal de transporte de cargas e passageiros no país. Mais de 61% de todo o transporte brasileiro é rodoviário. Quem ganha com isso? Empresas petrolíferas e automobilísticas, principalmente. O Estado pouco fez por outros modais com medo destas empresas. Pouco fez mesmo, pois depois de Dom Pedro II, muito pouco foi feito pelo transporte ferroviário. E pouco foi feito pelo aquaviário, embora nosso país tenha um potencial gigante neste tipo de transporte. E o transporte rodoviário mostrou-se obsoleto para um país continental como o Brasil. Com estradas em péssimo estado de conservação, longas distâncias e o custo supostamente barato tornando-se caro, fez com que devêssemos repensar os transportes no Brasil. O alto número de acidentes com caminhões, um a cada cinco minutos, só aumenta nossa necessidade por uma mudança nos modais de transporte.
O transporte ferroviário tem suas desvantagens. Alto custo de investimento inicial, pouca integração com outros modais e sua velocidade lenta. Entretanto, países grande e continentais como o Brasil tem como modal majoritário o transporte ferroviário, como Rússia, EUA e China. Países menores como o Japão e a Argentina tem muito mais trilhos que nós. Embora lento, este tipo de transporte é eficiente em grandes distâncias e pode levar muito mais carga. Um caminhão carrega consigo umas 5 toneladas. Um trem carrega 3.000 toneladas. Seiscentas vezes mais. Sem contar que o gasto com frete e manutenção é menor que o rodoviário. Embora a ferrovia Norte-Sul seja expandida e concebida, sozinha ela não resolve nossos problemas. Nossas ferrovias existentes só transportam produtos primários ( minérios e produtos agropecuários ). E os passageiros? Infelizmente só existe uma linha de passageiros que opera regularmente, a Estrada de Ferro Vitória a Minas. Não há interesse em construção de linhas de trens de passageiros de longas distâncias. O trem bala, pouco se fala. Mas já compensaria resolver os problemas logísticos com produtos com os trens. Mas até lá, muito deve ser investido para modernizar e interligar as várias linhas existentes
Fora o ferroviário, existe outro transporte de longa distância no Brasil. As hidrovias valem tanto para os mares quanto para os rios. Em vários países a fora, os lagos também são aproveitados, mas não apresentamos grandes lagos por aqui. Já rios navegáveis no Brasil não faltam. Nossos rios são perenes, de grande volume de água e de grande largura. Desperdiçar tamanho potencial é muita falta de competência, sendo que grande parte destes rios alcançam regiões agrícolas, tais como o Rio Paraguai, São Francisco e Paraná, minerais como o Amazonas e até industriais. Nossas hidrovias existem, mas operam com uma capacidade ínfima para seu potencial. Com as vantagens semelhantes das do trem, as hidrovias seriam fundamentais para o escoamento da produção agrícola e mineral do país. Porém, pouco nela é investido. Os portos estão em péssimas condições apesar de alguns deles melhorarem, sobretudo os fluviais. Por meio das hidrovias fluviais, é possível exportar mais e com menor custo para nossos vizinhos, em especial a Argentina banhada pelos rios Paraná e Uruguai. Mas um problema frequente deste tipo de transporte são os congestionamentos nos portos. São necessários investimentos e estudos para otimizar o tempo e evitar congestionamentos. Sem contar que fora a Região Norte, o transporte de passageiros pelos rios é quase inexistente.
Por fim, criar linhas de ferro e hidrovias também para passageiros. Não dá para depender apenas de ônibus de viagem, carros ou até mesmo aviões. Mas tudo fica para um próximo post. Até lá, vou esperar o trem de ferro cruzar a rua de cima. Só sei que vai demorar, mas é paciência até eu me formar.
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