Porém, muita coisa atrasou nesse tempo e não ficou pronto para a Copa. Mas temos que ressaltar que algumas coisa ficaram prontas a tempo. Mas acidentes como o de Minas não são os únicos que ocorreram neste tempo. E nem serão os últimos. Acidentes em obras de Engenharia ocorrem, infelizmente. Tudo que é friamente calculado, como diria Chapolin Colorado, por mínimas casas decimais, caem por terra. Seja por erro de execução, cálculo, materiais ou algum fenômeno natural, nada é exatamente perfeito em uma obra. Quem não se lembra do desmoronamento das obras do metrô de São Paulo em 2007? Sete mortos, nenhum culpado e inúmeros problemas na obra e para as famílias das vítimas. Ou o desabamento de um prédio em construção que ocorreu em Guarulhos, que matou 5 pessoas ano passado? Sem contar os acidentes causados por falta de segurança dos operários e pedreiros por aí, que vimos nas obras dos estádios brasileiros para a Copa. Acidentes de obra não são comuns, mas não são novidades.
Mas de quem é a culpa então? Falei de alguns dos motivos no parágrafo acima. Falha na execução, materiais de baixa qualidade usados, acidentes causados por fenômenos naturais ou falta de segurança no trabalho. Há também a falta de estudo do solo, pois dependendo do tipo, as obras podem não acontecer ou passar por adaptações para aquele tipo de solo. Quem vos escreve não entende muito bem disso, já que nunca comandou obra. Mas está refletindo com os erros causados por seus futuros colegas para não repeti-los. Nada é perfeito, mas poe ser evitado. Mas tem um motivo que pode causar todos os problemas que mencionei: a corrupção.
Seja uma obra pública ou privada, a corrupção existe. Por pressa em entregar no prazo ou antes deles, as construtoras querem lucrar a qualquer custo. Realizam esquemas fraudulentos para conseguir alvarás de autorização. Livram-se da fiscalização por meio de propina ( ou aproveitam-se da falta dela ). Exigem um valor alto para realizar a obra, mas pagam mais barato para outra construtora realizar a obra e saem lucrando. Doam grande quantidade de dinheiro para apoiar políticos que defendam seus interesses em obras públicas. Ou fazem uma obra mal feita, para simplesmente ganhar mais em uma reforma ou reconstrução dela. Vejam o caso do Engenhão, construído para o Pan do Rio de Janeiro. Custou mais de seis vezes o que custaria originalmente, passado de pouco mais de 60 milhões de reais para 380 milhões. E pouco menos de 6 anos depois, apresentou problemas gravíssimos na cobertura, que poderia desabar. Um estádio tão " jovem " passar por um problema destes? Aí tem coisa.
Todos estes fatos fazem-me lembrar do que meu querido Professor de Cálculo Numérico disse na sala para todos que, diferente da física, química ou matemática, a Engenharia trabalha com pessoas. E é para o bem delas que devemos trabalhar e fazer tudo sem erros, para não haver problemas com vítimas, tais quais as de Belo Horizonte. A Engenharia é muito mais Humana do que Exata em seu objetivo final de concluir a obra. Ao levantar uma parede, lembremos que pessoas irão tocar, encostar-se, jogar coisas e se apoiar nela ( parede ). E que o Engenheiro deve fazer que esta parede não caia na cabeça de alguém.
Portanto, o Engenheiro que vender sua alma para o lucro fácil e coloca-la acima da satisfação de ter uma obra bem feita e para o bem das pessoas, talvez se arrependa se algo assim acontecer. Mas são situações assim que nos fazem ter outro olhar para as Exatas, pois no fim, tudo será para as Humanas.
( Infelizmente, são horas como esta que lembramos que a Engenharia é Humana, acima de tudo! )
Fonte da Imagem: http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/100000693184/prefeitura-de-bh-forma-comite-para-investigar-queda-de-viaduto.html
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