sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Palestina sofre mais uma vez. Quando isso irá acabar?

Este blog não é sobre um tipo de Engenharia específica de mercado. Até fala dela em determinados momentos, porém este blog fala sobre uma " Engenharia de Vida ". Ser engenheiro é ter um senso crítico e saber usá-lo para o bem da economia, da construção e da vida humana. Geralmente a terceira parte não nos é contada direito na hora de trabalharmos. Porém, nessas horas tristes o lado humano entra em ação. E não é pelo 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil ( já disse isso em outro post ) ou a Argentina na final. Falarei aqui sobre a triste situação da Palestina, que neste exato momento é atacada covardemente, disse covardemente por Israel.
Essa situação não é nova, já vem desde 1948 quando foi criado o Estado de Israel pela recém nascida ONU, logo após a II Guerra Mundial e também do Holocausto que assassinou 6 milhões de judeus. Judeus estes que queriam um territória após tamanho genocídio. Conseguiram aonde viviam os árabes há séculos. Antes dos árabes, viviam ali os judeus que foram expulsos pelos romanos no ano 70 D.C. Após isso, os judeus se espalharam por diversos territórios pelo mundo, sofreram preconceito, foram forçados a virarem cristãos e também sofreram com a morte por serem judeus. No século XIX, surgiu na Europa o Sionismo, movimento judaico que queria a volta dos judeus ao território Palestino atual, que julgavam pertencer somente aos judeus. Após o Holocausto, o lobby por um território judeu aumentou. E ele foi criado. E como ficou os árabes que lá viviam? Ganharam um território também no local, mas ele era menor que o dado aos judeus. Funciona assim: você tem uma família que vive em uma casa. Chega a família de um primo seu para ficar com vocês. Ela é menor e quer ficar com todos os quartos. E você tem que dar um jeito de dormir com sua família na sala, na cozinha e se possível fora da casa. Foi isso que aconteceu, guardadas as proporções, naquela região.
Os árabes partiram pra guerra contra os recém chegados. Tiveram ajuda dos Estados vizinhos, Jordânia, Síria e Egito. Mas apesar disso, perderam para o Estado recém-criado. Ele já nasceu rico, financiado por judeus ricos americanos e europeus, com apoio militar ianque e seu exército ( de Israel ) bem equipado, ganharam da Palestina e seus aliados. Após isso, houve vários confrontos e Israel ganhou todos com facilidade. E tomou territórios da Palestina, do Líbano da Síria e até do Egito. Isso tudo em seis dias de 1967. Teve a guerra do Yom Kippur em 1973 que Israel estava quase sendo derrotado em um ataque surpresa dos países vizinhos. Virou o confronto em menos de duas semanas e tomou mais territórios. Devolveu territórios para os egípcios nos anos 80. Negociou a paz com a Palestina nos anos 90 e todos pensavam que todo o horror que vinha se arrastando a décadas acabaria. Se enganou. Nada de efetivo desses acordos foram feitos e radicais dos dois lados passaram a se atacar. Mas enquanto os Palestino contam com mísseis caseiros, fuzis e até pedras ( visto na Intifada no começo do milênio ) , o arsenal israelense tem desde Krav Maga até armas modernos tanques e armas nucleares. Se reclamam do Irã que nem tem nada, e Israel que não nega e nem afirma.
















Mas o pior sobra para o povo. Sim, famílias destruídas pelos tiros, pela fome e pelas restrições a sua liberdade. A Palestina como Estado nunca aconteceu, pois na prática Israel controla as áreas. As colônias judaicas na Cisjordânia mostram que o impasse permanece. Israel não abre mão delas. E a paz fica difícil na área. Os bombardeios israelenses que visam matar terroristas, porém muitos civis são atingidos. Ou seja, na mentalidade do governo israelense, crianças, mulheres gestantes e idosos podem ser potenciais terroristas. Ou homens-bomba, homens que dão a vida pelo sonho de se verem livres das garras de Israel e serem livres. São criminosos, sim. Mas os extremistas do governo de Israel não são também?
Os embates entre palestinos e israelenses são muito violentos. Morrem dos dois lado, infelizmente. Mas para cada israelense morto em combate, morrem 100 palestinos. Morrem famílias inteiras, crianças, idosos, mulheres, jovens e muito mais. Os ataques seguem na Terra Santa. Começou quando radicais islâmicos sequestraram e mataram três jovens israelenses. Logo após isso, extremistas israelenses mataram um jovem palestino. Daí começou os bombardeios. Os mísseis do Hamas nem chegam a cair em Israel por causa de seu escudo antimíssil. Já na Palestina, os mísseis israelenses ferem e matam quem encontram. Os extremos existem nos dois lados. Mas quem sofre mais são os árabes palestinos. Já Israel diz que se defende, até com certa razão, porém justificam com o Holocausto, os campos de concentração e o nazismo. Mas um genocídio ocorre na Palestina, diariamente. Quem atreve-se a atravessar os muros que separam as duas nações para ir à Israel e morto pelos soldados israelenses. Sem contar os abusos a prisioneiros palestinos e os campos de concentração, literalmente que existem. Até menores de idade estão lá. Estes campos de concentração estão na Faixa de Gaza, uma verdadeira zona de refugiados em um pequeno pedaço com vista para o Mar Mediterrâneo. Holocausto na região, existe. Campos de concentração, existem. Só falta a ideologia nazista, mas nem é preciso ser para realizar tudo isso. Os filhos e netos dos judeus mortos nos campos de concentração repetem o mesmo sofrimento que seus pais e avós. Porém são os outros que sofrem. Não adianta negar o holocausto que sofreram, tampouco no holocausto que fazem agora contra um povo que nem exército tem. Apenas milícias que fazem cócegas no estado judeu.


Apesar de tudo isso, há muitas pessoas boas no meio. Há judeus e árabes que querem que as cenas que ocorrem desde 1948 e pioram a cada embate entre os dos lados, acabem. Dão esperança que é possível cada um viver pacificamente. A mídia quer tanto a paz, porém ainda emite mensagens de ódio aos árabes, indiretamente. Acabando-se com a imagem deles de fundamentalistas, terroristas e que odeiam o Ocidente é um passo para compreendê-los melhor. Nem todos eles são assim, pois fundamentalismo existe em todas as religiões, vide Marco Feliciano e extremistas hindus que mataram Gandhi. O fim da ocupação da Palestina, da sua liberdade e o fim de grupos extremistas dos dois lados poderá contribuir para paz. Para isso, deve-se criar a tolerância, o respeito e a harmonia. Difícil em uma terra desértica em que briga-se pela água também. Mas reconhecer ser humano antes de religião é essencial. Israel deve deixar de ser intolerante, antes de tudo e acabar com este nacionalismo que já matou inocentes demais, seja na Palestina ou até mesmo em Israel. Este mesmo nacionalismo originou grupos terroristas como o Fatah ( não mais grupo terrorista ), Hamas e o Jihad Islâmica. Mesmo não tendo origem por causa da política israelense, o Setembro Negro provocou o Massacre de Munique, a maior tragédia da história das Olimpíadas.
Irá demorar muitos anos para as coisas se acertarem e a Palestina independente e livre de Israel. Mas não custa sonhar e lutar. Mas enquanto isso, cena de feridos e mortos por Israel continuarão a nos comover. Mas não basta comoção e pena. E sim ajudar seres humanos como nós, que sofrem dia e noite por décadas. Para que a noite longa que vivem as populações de Gaza e Cisjordânia acabe. E que todos os palestinos expulsos voltem para casa.




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