domingo, 8 de março de 2015

Mulheres importantes da Ciência

Fala leitores, como vão? Pois é, já estou sem escrever há um bom tempo. Sabe como são as coisas, muito o que estudar nesse quarto semestre louco da faculdade. Mas Deus está aí para auxiliar nossos caminhos. Fica difícil escrever toda semana, mas prometo que todo mês terá uns 3 posts.
Esse primeiro no mês de março chega em um dia especial: o dia internacional da mulher. Nesse dia 8 de março, lembramos de uma grande tragédia que originou este dia: um incêndio criminoso em uma indústria têxtil de Nova York em 1857 (ou em 1908) nesse mesmo dia que matou as operárias da fábrica que lutavam por melhores direitos. A data ficou marcada pela luta das mulheres pelo direito a educação, trabalho e ao voto no começo do século XX. O tema ainda hoje é polêmico e rende altas tretas no Facebook entre feministas e não-feministas.
Mas não quero entrar em polêmicas. Apesar do aumento das mulheres em diversas áreas, ainda há poucas mulheres na área de exatas. Na engenharia, o número ainda é pequeno. Mas o número cresce a cada ano. Dados do INEP / MEC mostram que o número de mulheres na área da engenharia aumentou em mais de 67% nos últimos 20 anos. E isso já é visível quando é uma mulher que coordena o curso de engenharia civil é uma mulher, assim como é a diretora da Escola de Engenharia.
Ao longo da história, ouvimos que muitas pesquisas e descobertas foram feitas por homens. Mas não se enganem: muitas mulheres contribuíram para o pensamento humano. Para a ciência, foram muitas que contribuíram. O blog resolveu homenagear algumas delas.


Marie Curie


Impossível não citá-la. A física e química Marie Curie nasceu na Polônia em 1867 sob o nome de Maria Slokdowska. O nome francês vem de seu marido, o também físico francês Pierre Curie. Nascida de uma família de professores, teve uma infância e juventude difícil por causa da pobreza em que vivia. Estudou física, matemática e química na Universidade de Paris. 
Junto de seu marido e do físico Becquerel, fizeram pesquisas sobre a radioatividade, o que valeu a eles o prêmio Nobel de Física em 1903. Seu marido faleceu em 1906, mas ela seguiu adiante com os estudos sobre a radioatividade. Além disso, ela ganhou mais um prêmio Nobel, desta vez de química em 1911 pela descoberta de dois novo elementos químicos: o polônio (Po), batizado em homenagem ao seu país natal e o rádio (Ra). 
Marie se tornou ao mesmo tempo a primeira mulher a ganhar um Nobel e ao ganhá-lo duas vezes em áreas diferentes. Marie ainda foi professora da Universidade de Paris e diretora de um laboratório de estudos da radioatividade da mesma instituição. Faleceu em 1934 devido a leucemia causada pelos seus estudos sobre a radioatividade. Como homenagem póstuma, o elemento Cúrio (CM) foi batizado em homenagem ao casal Curie.

Ada Lovelace


Ada Lovelace nasceu na Inglaterra em 1815, com o nome de Augusta Ada Byron (depois, King), recebendo o título de "Condessa de Lovelace" após o casamento de sua mãe com o Conde de Lovelace  . Foi escritora e matemática, filha do famoso poeta romântico Lorde Byron, sendo que ela nunca chegou a conviver com o pai, figura central da segunda fase do romantismo que promovia poemas extremamente melosos e tristes. O pai se separou da mãe ao saber que o filho que ela esperava não era um homem. Ada só conheceu o rosto do pai aos 20 anos, quando este já tinha falecido. 
O interesse de Ada por matemática veio de sua mãe, que incentivou a filha nos estudos da lógica, afim dela não se interessar pela poesia, como seu pai. Tornou-se amiga do matemático Charles Babbage e juntos criaram o primeiro programa de computador do mundo. Entre 1842 e 1843, fez anotações sobre o programa da máquina do cálculo e criou o algoritmo que permitia calcular os números de Bernoulli. 
Reconhecidos como o primeiro programa de computador, Ada nunca chegou a ver sua invenção realizada. Faleceu jovem, aos 36 anos devido ao câncer de útero. Embora conta a vontade da mãe, foi enterrada ao lado do pai.

Elizabeth Blackwell

Brilhante frase!

Elizabeth Blackwell foi uma médica estadudinense, mas nascida na Inglaterra. Nascida em 1821 em uma família rica, imigrou para os EUA aos 10 anos. Após a morte do pai, resolveu estudar medicina e entrou para a história como a primeira médica dos EUA em 1849.
Trabalhou na Guerra Civil americana e foi uma figura em favor da abolição da escravatura. Fundou junto de sua irmã Emily, a primeira escola em solo estadudinense para enfermeiras, após conhecer a famosa enfermeira britânica Florence Nightgale, fundadora da enfermagem moderna. Também fundou seu próprio hospital em Nova York e ainda foi professora de ginecologia na Inglaterra até 1907. Tudo isso depois de ter ficado cega de um olho devido a uma secreção purulenta quando tratava de uma criança em Paris. Faleceu aos 87 anos na Inglaterra.

Ida Noddack


Nasceu na Alemanha em 1896 como Ida Tacke , ela foi física e química. Foi a primeira mulher alemã a estudar química e se doutorou em 1921 pela Universidade Tecnológica de Berlim. Ganhou o sobrenome Noddack ao se casar com o também físico Walter Noddack.
Foi a primeira pessoa a mencionar o processo da fissão nuclear, isso em 1934. Processo que hoje é importante nas usinas nucleares para a geração de energia. Nessa mesma época, criticou os estudos do físico ítalo-estadudinense Enrico Fermi sobre seus estudos sobre a fissão nuclear e os erros que ele cometeu. Durante sua vida, ela, seu marido e Otto Berg ainda descobriram o rênio (Re), sendo que foi o último elemento químico natural a ser descoberto.
Ida foi indicada três vezes para o Nobel de Química, sem nunca conseguir. Faleceu em 1978.

Rosalind Franklin


Biofísica britânica, nasceu em 1920. Criada em uma família judia, ela contrariou as expectativas dos pais ao querer se tornar um cientista já na sua adolescência. Graduou-se em 1941 pela Newham College em físico-química.
Seus estudos consistiram no uso do raio-x para análise de estruturas químicas em elementos de carbono. Ganhou o seu doutorado com este estudo em 1948. Seus estudos com difração de raio-x permitiram que ela junto de James Watson e Francis Crick descobrissem e comprovassem a forma duplo helicoidal do DNA no começo da década de 50. Este trabalho a tornou famosa, mas pelo fato de ser mulher, sofreu preconceito naquela época.
Morreu precocemente aos 37 anos de câncer no ovário. O seu trabalho com o DNA ganhou o Nobel de medicina em 1962, mas embora tenha contribuído para a descoberta que valeu o prêmio, nada lhe foi atribuído já que o prêmio Nobel não se atribui póstumo. Muitos consideram o fato injusto.

Cecilia Payne-Gaposchkin


Cecilia Payne-Gaposchkin foi uma astrofísica britânica. Nascida no ano de 1900, começou seus estudos na Universidade de Cambridge estudando física, botânica e química. Terminou seus estudos nos EUA, para onde se mudou, na famosa Universidade de Harvard. Pela mesma universidade, se tornou doutora em astronomia em 1925, com uma dissertação sobre atmosferas estrelares.
Cecilia continuou seus estudos e seus estudos permitiram uma melhor classificação das estrelas de acordo com suas temperaturas absolutas, aplicando a teoria da ionização do físico indiano Meghnad Saha. Cecilia ainda descobriu que as estrelas são formadas de hidrogênio e hélio. 
Casou-se com o físico russo Sergei Gaspochkin e com ele teve três filhos. Tornou-se professora na Universidade de Harvard e foi a primeira mulher a se tornar professora associada, no ano de 1956. Faleceu no ano de 1979. Contudo, virou uma referência para mulheres acadêmicas nos EUA.

Jane Goodall


Jane Goodall é uma bióloga, primatóloga e etóloga britânica. Nasceu em 1934, filha de escritores. Desde crianças aprendeu a amar os animais e sempre quis estudá-los. Formada em biologia pela Universidade de Cambridge, passou a se dedicar aos estudos com chimpanzés. Residiu durante 40 anos na Tanzânia afim de estudá-los. Graças aos seus estudos, muito sobre o comportamento social dos animais selvagens. Graças aos seus estudos, compreendeu-se cada vez mais o quanto somos próximos de outros primatas.
Jane ainda é uma famosa protetora pelo direito dos animais e ainda é mensageira da paz pelas Nações Unidas. Fundou o Jane Goodall Institute e já ganhou vários prêmios, seja pelos seus estudos ou pela sua dedicação a proteção da vida silvestre e do meio ambiente.

Françoise Barré-Sinoussi


Virologista francesa nascida em 1947. Atualmente exerce o cargo de diretoria da divisão de retrovírus do Instituto Pasteur, famosa instituição de saúde que foi pioneira no tratamento de várias doenças e que teve vários ganhadores do Nobel de medicina.
Françoise foi uma delas. Juntou-se ao instituto na década de 70 e no ano de 1983, conseguiu isolar pela primeira vez o vírus HIV, responsável pela AIDS. Junto de seu antigo mentor, o médico Luc Montaigner. Juntos, descobriram que ele é o causador da doença e ainda descobriram algumas formas de transmissão. Graças a isso, ganharam o prêmio Nobel de medicina em 2008 (partilhando o prêmio com o médico alemão Harald zur Hausen, graças ao estudos sobre o vírus HPV) pelos estudos. 
Françoise continua viva e atuando na luta contra a AIDS, escrevendo uma carta aberta ao Papa em 2009 sobre o uso da camisinha e tornando-se em 2012, presidente da Sociedade Internacional da AIDS.

Florence Nightgale


Já citada neste post, a enfermeira britânica nasceu no ano de 1820 na cidade de florença, na atual Itália (por isso seu nome, Florence é Florença em inglês). Religiosa desde pequena, Florence dizia que Deus a escolheu para ajudar os outros e a tornar-se enfermeira. Ela nunca quis ser uma mulher submissa e por isso, preferiu dedicar-se a caridade e a enfermagem.
Na época, a enfermagem era exercida por cozinheira e até prostitutas, sendo elas muito submissas ao médicos, seja nos hospitais ou nas guerras. Florence sempre se preocupou com os mais pobres, mesmo sendo de origem rica. Isso fez com que ela rompesse com a família, que considerava a enfermagem como algo inapropriado. A partir daí, começou sua carreira na enfermagem, ajudando mendigos e exigindo melhores condições nos hospitais. Mas foi durante a Guerra da Crimeia (1853-1856), quando ela esteve cuidando dos soldados feridos, ela constatou que o alto número de mortos no próprio hospital militar era alto devido as más condições de higiene e limpeza. Descobrindo isso, Florence melhorou as condições dos hospitais militares na guerra e diminuiu a taxa de mortalidade que era próximo de 50% para 2,2%. 
Virou uma celebridade na Inglaterra e se tornou a pessoa mais famosa do país,só ficando atrás da Rainha Vitória. Após a guerra, fundou a Escola de Enfermagem do Hospital Saint Thomas no ano de 1859, mesmo impossibilitada fisicamente como consequência  da febre tifoide que contraiu durante a guerra. Florence ainda contribuiu com a estatística, principalmente no famoso gráfico de pizza. 
Recebeu a Cruz Vermelha Real em 1907, tornando-se a primeira mulher a receber o título. Faleceu em 1910, como heroína de guerra e conhecida e reconhecida até hoje como a fundadora da enfermagem moderna.

Johanna Döbereiner 


Johana Döbereiner foi uma engenheira agrônoma. Nascida em 1924 na atual República Tcheca, Johanna estudou engenharia agronômica na Escola Superior Técnica de Munique, na Alemanha, onde se formou. Logo após concluir seus estudos e recém casada com Jurgen Döbereiner, veio para o Brasil a convite de seu pai no ano de 1948. Logo, veio trabalhar no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola, que hoje pertence a Embrapa. 
Johanna foi uma mulher extremamente importante para a agricultura do país. Naturalizada brasileira em 1956, ela contribuiu para o Programa Proalccol, que incentivava o uso do álcool combustível na época da crise do petróleo. Além disso, ela ajudou o Brasil a se tornar o segundo maior produtor de soja do mundo graças a bactérias fixadoras de nitrogênio. Além disso, estudou a fixação dessas bactérias em plantas como cana-de-açúcar, o que ajudou a contribuir na produtividade. E graças a isso, tornou os alimentos mais baratos e saudáveis, além de ajudar na economia do país. Por conta disso, Johanna ganhou vários prêmios dentro e fora do Brasil e chegou a ser a vice -presidente da Academia Brasileira de Ciências. Além disso, foi indicada ao prêmio Nobel, sendo uma das poucas vezes que um brasileiro foi indicado.
Morou na mesma casa na cidade de Seropédica (RJ) durante 48 anos, até a sua morte no ano de 2000.


Poderia haver mais e mais mulheres aqui, mas meu tempo é curto. Mas fica a homenagem do blog para as engenheiras, futuras engenheiras e as mulheres. Para ver outras mulheres que contribuíram com a ciência, veja os links:
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/fotonoticias/8-mulheres-brilhantes-que-fizeram-a-ciencia-avancar.shtml
http://super.abril.com.br/galerias-fotos/15-mulheres-se-tornaram-grandes-cientistas-710168.shtml#4












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