sábado, 4 de outubro de 2014

As construtoras já ganharam as eleições!

Muita gente ainda não escolheu seu candidato à presidência, governador ou senador. Tenho minhas escolhas e amanhã, dia 05, obrigado a votar, irei à urna e votarei no futuro governador de meu Estado e no futuro(a) presidente. Vejo muita gente nas redes sociais já fazendo campanha para seus candidatos, usando argumentos em favor dele e contra seus adversários. E alguns desses argumentos são um tanto baixo. Mas de uma coisa é certa: o vencedor dessas eleições são as construtoras.
As construtoras ganharam muito poder nestes últimos anos e são consideradas vitais para o nosso crescimento. Graças a programas como o PAC ( Programa de aceleração do crescimento), concessões de aeroportos, estradas e de estádios da copa, as construtoras lucraram como nunca nesse país. Novos edifícios surgem pelo país, de Norte a Sul. As grandes obras públicas, como a construção de hidrelétricas, linhas de metrô, ferrovias e novos estabelecimentos puxam o crescimento econômico para cima. E o Lobby para ter o direito a realizar estas obras nunca foi tão grande.
Nestas eleições, boa parte das doações que os partidos políticos recebem para financiar suas campanhas vieram das construtoras. Segundo dados do TSE, em 2012, mais de 55% das doações aos partidos vieram de empresas do ramo da construção civil. Ainda não fechado o balanço de doações nas eleições desse ano, pouco mais de 40% das doações recebidas pelos três principais candidatos a presidência vieram de empresas de construção civil.
Não pense que estas doações são meras esmolas. Nada disso, faz parte de uma lógica: doei para este partido e se ele ganhar, terei mais chances de vencer as licitações para futuras obras realizadas, seja em nível federal, estadual ou municipal. As construtoras não doam apenas para um candidato. Não estão nem aí para ideologias ou propostas de governo. Doam, se possível, para três ou mais partidos. Doam para campanhas para o senado e a câmara. Independente da ideologia, as construtoras querem garantir seus interesses, tal como querem o agronegócio, a indústria ou os bancos. Acima de qualquer posição política, os negócios.
Nem tudo é bom como parece. Muitos casos de corrupção começam nessas "doações". Lembram do caso da Construtora Delta, que seu dono era favorecido por um bicheiro com ajuda de um senador? Graças a realizações de muitas obras públicas, a empresa cresceu de maneira exponencial. mas a casa caiu após as investigações desse e de mais outros casos. Ou o cartel de empresas para a licitação do metrô de São Paulo e de outras capitais, em que gente ligada ao poder público recebia propina para o favorecimento de licitações. Sem contar o quase 600 milhões de reais desviados e superfaturados pelo poder público estadual. Sem contar agora no recente caso da Petrobrás, que entre os envolvidos, estão três construtoras. É o preço a se pagar pelas doações, independente do partido.
Apesar dos escândalos, as mesmas construtoras continuam doando. E em um acordo de quase mutualismo. O político recebe dinheiro para ajudá-lo a continuar no poder ( ou conquistar o poder). E a empresa quer a sua participação no governo e em suas obras. Ou quer do Estado um grande financiamento. A doação é só mais um pequeno investimento que dará grandes resultados nos lucros nos próximos anos.
Esse é só mais um dos motivos que se quer mudar na Reforma Política. Nela, as empresas são proibidas de doar. O financiamento das campanhas vem do dinheiro público, que vem dos nossos impostos e que de certa forma, financia nossos candidatos, seja aqueles que simpatizamos mais ou menos. Recentemente, o STF ( Superior Tribunal Federal ), votou contra as doações. Mas o processo vai ser demorado, pois muitos são contra o uso de dinheiro público em campanhas por vários motivos, dentre eles, o favorecimento de um ou outro e a rejeição aos políticos em geral. Mas mal sabem que quanto mais um candidato recebe, mais chance terá de ganhar, já que terá mais tempo de propaganda e uma publicidade melhor. Mas isso é outra discussão.
Independente de quem ganhar, o PCB ( não o partido comunista e sim o Partido das Construtora do Brasil ), que realiza coligações com qualquer partido, seja o de situação ou de oposição, ganhará as eleições independente de A ou B. E terá seus deputados também, dispostos a defender seus interesses. Enquanto brigamos por X ou Y, as empresas construtoras já estão com os dois e financiam os dois. Independente do valor, o lucro é certo lá na frente.
Por essas e outras, votem no que acharem melhor amanhã. Mas independente de quem for, os engenheiros do Brasil já ganharam!


Sites para ver mais detalhes:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/62664-construtoras-lideram-doacao-a-candidatos-de-sp.shtml
http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/09/17/75-de-doacoes-a-presidenciaveis-vem-da-construcao-industria-e-agronegocio.htm
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/05/1451098-construtoras-bancam-75-das-doacoes-ao-pt-em-2013.shtml
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2013/08/08/caso-alstom-pf-ve-pagamentos-de-propina-e-indicia-10.htm
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/09/construtoras-sao-fonte-de-55-das-doacoes-partidos-em-2012.html
lhttp://politica.estadao.com.br/noticias/geral,construtora-delta-e-alvo-de-operacao-da-pf,1080761

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