domingo, 24 de fevereiro de 2019

Afinal, qual a diferença entre ponte e viaduto?

Olá amigos, desculpem um pouco a demora. Mas eu voltei trazendo mais uma matéria importante e de cunho social importante para a nossa sociedade. Nós temos muitas coisas dentro do nosso senso comum que estão enraizadas nas palavras dentro do nosso cotidiano.
Bem, no nosso cotidiano, temos uma grande confusão entre duas palavras bem simples, mas que quando concretizadas são objetos semelhantes, mas ligeiramente diferentes e poucos sabem a diferença. Na verdade, é bem difícil saber a diferença entre esses dois elementos. Mas aqui eu tentarei explicar a diferença entre esses dois entes bem conhecidos na engenharia civil. Sim, conhecemos muito bem quando estamos dentro de um carro, pedalando em uma bicicleta ou simplesmente andando por cima deles.
Bem, estou falando sobre pontes e viadutos. Ouvimos falar deles quase todos os dias, especialmente agora que muitos deles passam por problemas em São Paulo devido a péssima manutenção (ou a falta) que eles enfrentaram ao longo dos anos. O que sabemos sobre eles é que são duas estruturas denominadas Obras de Arte Especial (OAE), construídas para permitir a passagem de veículos, ciclistas e pedestres de um lado para outro, passando por cima de um obstáculo, sejam eles naturais (rios, mares, vales) ou construídos pelo homem (ferrovias, rodovias). Se eles possuem as mesmas funções, por quê levam nomes diferentes? Vamos lá.
A palavra ponte tem origem no latim pons, que por sua vez tem origem na língua extinta etrusca pont, que significa "estrada". Outra possível origem da palavra é da palavra grega póntos que deriva do radical pent, que significa "ação de caminhar". O que diferencia a ponte de um viaduto, além da raiz da palavra, é o fato de as pontes serem denominas quando atravessam por obstáculos naturais e geralmente sobre rios, lagos e mares. Ou seja, quando uma OAE transpassa um rio normalmente leva o nome de ponte. Temos como exemplos a Ponte Rio-Niterói (que atravessa a Baía de Guanabara) e a Ponte das Bandeiras (que atravessa o Rio Tietê, ligando a Zona Norte ao Centro). As pontes, no meio do caminho, podem ter um certo desnível, que no caso é o aumento do gabarito da ponte (gabarito é a diferença de altura do nível do rio com a ponte). Esse aumento objetiva a passagem de embarcações e também evita a ponte ser alagada devido ao aumento de nível do rio.

Resultado de imagem para ponte das bandeiras
Vista da Ponte das Bandeiras, que transpassa  Rio e a Marginal Tietê, sendo
parte importante da Ligação Norte - Sul.
Resultado de imagem para ponte rio niteroi
Ponte Rio - Niterói, que é um trecho importante da BR-101 e passa pela Baía de Guanabara,
ligando as cidades do Rio de Janeiro e Niterói.

Já os viadutos, que também tem origem romana e junta as palavras "vias" e "ductos",  sendo que a palavra "duto" significa um elo de ligação, um caminho. E a primeira palavra "via" o tipo de ligação, que no caso é a via de uma estrada. Isso explica bem as palavras "gasoduto" (caminho do gás) e "oleoduto" (caminho de óleo). Bem, explicada a palavra, qual seria a diferença de um viaduto para uma ponte? Neste caso, as OAEs que transpassam obstáculos secos (como um vale) ou não-naturais como ferrovias e outras ruas recebem o nome de viaduto. Geralmente o nome é empregado em pontes que transpassam obstáculos secos e no meio da cidade. Exemplos de viadutos conhecidos em São Paulo são o Viaduto Antártica (que transpassa a Linha 8 - Diamante da CPTM e a Avenida Francisco Matarazzo) e o Elevado João Goulart, o famigerado "Minhocão" (que liga o Centro até a Zona Oeste passando por cima das ruas Amaral Gurgel e Avenida General Olímpio da Silveira) e que se estende por 3,4 km. 

Resultado de imagem para viaduto antartica
Viaduto Antártica.
Resultado de imagem para elevado presidente joão goulart
Elevado João Goulart, importante ligação na Radial Leste-Oeste.
Paramos por aí? Não exatamente. Apesar dessas explicações, há outras justificativas para estas diferenças. Uma delas nos diz que as pontes atravessam o obstáculo e mantém o mesmo nível da estrada. Já os viadutos realizam esta ligação, porém as ligações estão em níveis diferentes, sendo compostas por um trecho plano de entrada e rampas de subida e descida. Bem confuso, porém faz algum sentido. Se você utiliza uma das várias pontes da Marginal Tietê ou Pinheiros, percebe que elas atravessam os rios (Tietê e Pinheiros) e não há uma mudança significativa no nível da pista ao transpormos por elas. Porém, algumas dessas pontes poderiam ser consideradas viadutos por ter uma mudança de nível significativa. É o caso da Ponte Estaiada Otávio Frias de Oliveira, que liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho até a Marginal Pinheiros. Apesar de chamada de ponte, as duas avenidas estão no mesmo nível e há um desnível nítido ao se utilizar a ponte, seja para acessar a Marginal ou a Roberto Marinho. Neste caso, a ponte não liga no mesmo nível e poderia ser chamada de viaduto. Porém, por atravessar o Rio Pinheiros (um obstáculo natural), a Estaiada leva o nome de ponte. Entretanto, algumas vias de ligação do complexo ligam a Roberto Marinho a pista Expressa da Marginal Pinheiros, podendo essas vias serem denominadas viadutos, pois atravessam um obstáculo seco e mão-natural, no caso a pista local. Da mesma forma que há viadutos que podem ser confundidas com viadutos. Um caso clássico é o viaduto do Chá, inaugurado em 1892 e que liga o Centro Velho (região da Pça. da Sé e do Largo de São Bento) com o chamado Centro Novo (região da República), sendo o primeiro viaduto da cidade. Porém, ao se utilizar o viaduto, não há uma diferença de nível entre os pontos ligados, o que poderia ser encarado como uma ponte. Porém, o fato de atravessar um obstáculo seco (o Vale do Anhangabaú), o nome faz sentido mesmo sem a diferença de nível. Mas tudo fica mais confuso pois o Vale do Anhangabaú foi formado pelo Rio Anhangabaú, que atualmente está enterrado (se você viu a matéria sobre os rios escondidos em São Paulo, sabe disso). Com isso, o Viaduto do Chá estaria mais para uma ponte do que um Viaduto pelas condições originais. Mas nas condições atuais, a denominação estaria correta. O mesmo  ocorre com OEAs sob locais como as avenidas 9 de Julho, dos Bandeirantes e Salim Farah Maluf.
Resultado de imagem para viaduto do cha

Resultado de imagem para ponte estaiada sp
Viaduto de Chá e Ponte Estaiada. Os nomes estariam trocados?
Bem gente, concluindo e resumindo esta matéria: uma ponte é uma estrutura especial que liga dois pontos no mesmo nível e transpassa um obstáculo natural (curso d'água, lago ou mar) e um viaduto é uma estrutura que transpassa obstáculo secos (vales, ferrovias, avenidas, rodovias) e que geralmente apresentam desníveis, porém podemos ter viadutos que transpassam obstáculos e mantém o mesmo nível. A classificação é confusa e pode se tornar ainda mais confusa em uma cidade como São Paulo, que enterrou boa parte de seus córregos e estes viraram obstáculos secos, como o Vale do Anhangabaú. A utilização dos nomes é bastante dúbia, mas apresenta alguma lógica. Mas no geral, todo viaduto é uma ponte, mudando de nome de acordo com o obstáculo a ser transpassado.Prestem atenção nisso quando for utilizar uma ponte ou viaduto dentro da cidade e lembrem-se. Segurança total minha gente!

Curtam o carnaval com moderação. Até mais!

Fontes:

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Tragédias com estruturas que poderiam ser evitadas

Olá gente, como estão? Bem, acredito que muitos de vocês estejam revoltados e tristes pelo que aconteceu na cidade de Brumadinho (MG). O rompimento de uma barragem de rejeitos na cidade causou um rastro de destruição sem precedentes e até agora, vitimou 150 pessoas e outras 182 estão desaparecidas, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais no dia 06/02/2018. As vítimas eram sobretudo funcionários da mineradora Vale, moradores da região do Rio Parauapebas e turistas. Os números, infelizmente tende a aumentar, apesar de haver muitos sobreviventes. Além das vítimas, a destruição da região e a contaminação do Rio Paraopeba, que já possui suas águas turvas e impróprias para consumo e a lama contaminada ameaça o Rio São Francisco, que é um dos mais importantes rios brasileiros e que nasce em Minas Gerais e vai para o Nordeste.
O acidente que aconteceu em 25 de janeiro causa ainda mais revolta pois o Brasil já viu um tragédia bastante semelhante. ocorrida em 5 de novembro de 2015. Uma outra barragem de rejeitos, localizada no Distrito de Bento Rodrigues na cidade de Mariana e controlada pela empresa Samarco (que pertence a Vale) se rompeu e causou a destruição de diversas casas e fazendas na região, causou a morte de 18 pessoas e ainda um prejuízo ambiental incalculável pela contaminação da Bacia do Rio Doce, importante rio que abastece de água cidades de Minas Gerais e Espírito Santo, além dos rejeitos terem chegado ao mar. Houve uma grande comoção na época e um esforço para a vistoria de barragens (seja de rejeitos ou água) e de regras mais rígidas para a construção delas. Entretanto, a tragédia em Brumadinho nos mostrou que nada foi feito a respeito. A Samarco, a empresa responsável pela barragem não pagou totalmente a multa e ninguém foi responsabilizado.
Além dos problemas com a justiça, ambas as tragédias poderiam ser evitadas por uma maior fiscalização nas construções e de seu funcionamento. A impressão que fica é que as construções são feitas e depois não são acompanhadas, para uma manutenção preventiva por exemplo. E não apenas com barragens, mas com diversas construções. Edifícios, pontes, estruturas viárias e muitos outros exemplos. Nas grandes cidades, problemas com quedas de árvore, asfalto e calçadas são extremamente comuns. E são tão comuns que se tornaram até banais, pois acontecem e pouco é feito. E nada é feito para prevenir novos problemas. Mas além do funcionamento, muitas das obras já tinham problemas desde a construção. As barragens mineiras foram feitas por um método inadequado e barato. O método de alteamento a montante permite a construção por meio dos próprios rejeitos. Mas o método é extremamente inseguro e com alto potencial de problemas. E erros de projeto ou na construção também resultam em tragédias, como mostraremos abaixo.
Esse post é justamente relembrar outras tragédias com construções e de grande repercussão, assim como Brumadinho e Mariana. Além disso, mostraremos o que aconteceu depois das tragédias e mostrar que essas tragédias poderiam ser evitadas, seja desde a construção ou por meio de acompanhamento e por meio do poder público. Negligências causaram estas tragédias e apesar das lições que elas trazem, elas não foram cumpridas.

Boate Kiss


Resultado de imagem para boate kiss

Quando: 27 de janeiro de 2013
Onde: Santa Maria (RS)
O que: Incêndio de grandes proporções causou a morte de 243 pessoas que estavam na casa noturna
Por que: Uso de espuma especial para isolamento acústico da casa noturna continha cianeto, substância tóxica para o organismo humano. Além disso, a boate não possuía saídas de emergência, nem extintores de incêndio ou sprinklers de incêndios
Resumo da ópera: Durante a realização de uma festa universitária dentro da boate, a banda Gurizada Fandangueira realizava uma apresentação dentro do local utilizando fogos de artifício. O artefato atingiu o teto da boate, que continha a espuma de isolamento acústico. Esta espuma não continha proteção contra incêndios e daí, o fogo começou e rapidamente se espalhou. Os frequentadores não conseguiram sair devido a falta de comunicação da segurança da casa e não havia saídas de emergência, já que a única saída foi bloqueada pelos seguranças que pensaram que havia uma briga ou que os usuários iriam sair sem pagar. Muitos tentaram fugir pelos banheiros, fazendo com que a maioria dos mortos fossem encontrados por lá. No dia, 235 morreram e nos meses seguintes, mais 7 vítimas. A maioria das mortes foi causada pela asfixia da fumaça tóxica.
O que poderia ter evitado a tragédia: A tragédia poderia ter sido evitada caso a boate tivesse sido interditada, pois uma laudo dos bombeiros realizado em 2009, durante a construção da boate. Além disso, não houve o acompanhamento dos engenheiros durante a obra para garantir a proteção contra incêndios. Os donos da boate foram apenas multados e não tiveram o estabelecimento fechado. Faltou pulso firme das autoridades, falta de projetos e acompanhamento da obra e a clara negligência dos donos.
Consequências: O caso teve uma grande repercussão nacional e internacional, considerado um dos maiores incêndios em casas noturnas do mundo. Foi o segundo incêndio mais mortal da história do país, atrás do Incêndio do Grand Circus Norte-Americano  em 1961, com 503 vítimas. Houve uma intensificação na fiscalização de casas de eventos, sobretudo a proteção contra incêndios e novas legislações contra incêndios. Na esfera criminal, foram ao banco dos réus os donos da boate e os integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que causaram o incêndio. Apesar das investigações do Ministério Público, ninguém foi condenado ainda. Passados 6 anos da tragédia, muitos familiares das vítimas e sobreviventes ainda sofrem psicologicamente, havendo casos de suicídios entre os envolvidos com a tragédia. Apesar da tristeza e da impunidade, há um projeto de um memorial para homenagear as vítimas, que em sua maioria eram estudantes da UFSM.

Palace II

Resultado de imagem para Palace II

Quando: Entre 22 e 27 de fevereiro de 1998
Onde: Rio de Janeiro (RJ)
O que: Desabamento de prédio residencial que causou a morte de 8 pessoas.
Por que: Erros no projeto de estrutura e acabamento do prédio, além do mesmo ter sido erguido com material inapropriado, como a utilização de areia de praia
Resumo da ópera: O edifício Palace II foi um prédio erguido pela construtora Sersan, de propriedade do ex-deputado federal Sérgio Naya. As obras começaram em 1990 e deveriam terminar em 1995, porém as obras atrasaram. Em 1996, um operário já havia morrido durante a obra. Além disso, o prédio não tinha o Habite-se, que é o certificado que permite a ocupação do prédio e que o prédio cumpre as exigências da prefeitura. A construtora foi processada 4 vezes, mas o prédio foi ocupado. No domingo de carnaval de 1998, houve o primeiro desabamento por causa do concreto da base do prédio que havia cedido. Nesse primeiro desabamento, 8 pessoas não sobreviveram. Houve um outro desabamento, no dia 27 de fevereiro, mas sem vítimas. As famílias que estavam no prédio (176) tinha saído do prédio, quando a laje da caixa d'água cedeu quando a mesma foi esvaziada. Com isso, 22 apartamentos do prédio foram destruídos.  No dia seguinte (28), a prefeitura implodiu o prédio.
O que poderia ter evitado a tragédia: Embora a fiscalização da prefeitura tenha ocorrido, houve uma clara negligência e falta de responsabilidade por parte da construtora. O uso de materiais inadequados aliados a um projeto mal feito tiveram claras consequências. Além disso, a obra estava interditada em 1996 devido a morte do operário no poço do elevador, mas a obra continuou e os apartamentos vendidos. 
Consequências: Naya fugiu do país, mas foi preso e ficou na cadeia por 137 dias. Por falta de provas quanto a má qualidade do material empregado na obra e da responsabilidade do projeto, Naya foi absolvido. Apesar disso, Naya teve seus inúmeros bens leiloados e ainda teve o mandato cassado em 99. Apesar disso, Naya viveu em Ilhéus (BA) com a pensão por ter sido deputado e faleceu em 2009. A empresa Sersan se comprometeu a pagar as indenizações, que variavam entre 200 mil a 1,5 milhão de reais, porém 130 famílias ainda não conseguiram o pagamento integral das indenizações, que somam atualmente 70 milhões de reais.

Viaduto da Marginal Pinheiros

Resultado de imagem para viaduto da marginal

Quando: 15 de novembro de 2018
Onde: São Paulo (SP)
O que: Um importante viaduto na pista expressa da Marginal Pinheiros acabou cedendo durante a madrugada, causando um desnível de 2 metros na pista. 
Por que: A explicação para o ocorrido foi o desgaste no apoio da ponte, que sustenta a pista. Provavelmente houve a fadiga e o colapso dos materiais. A travessa de sustentação do viaduto se rompeu devido as fissuras e assim, afundou a pista.
Resumo da ópera: Na madrugada do feriado do dia 15 de novembro, o viaduto que liga a Marginal Pinheiros para a Rodovia Castelo Branco cedeu 2 metros. No local, havia 5 carros que estavam passando pelo local na hora do acidente. Apesar do ocorrido, não houve nenhuma vítima (apesar do susto com carros voando). Houve consequências no trânsito (até hoje), pois vários trechos da pista expressa da Marginal Pinheiros foram interditados. A circulação de trens da CPTM (Linha 9 - Esmeralda) chegou a ser interrompida entre as estações CEASA e Cidade Universitária devido ao risco de queda do viaduto sobre a linha. O risco foi logo afastado e em uma operação emergencial, o viaduto foi escorado e elevado por meio de macacos. Mas obras de recuperação ainda não começaram.
O que poderia ter evitado a tragédia: O viaduto construído pelo DER (Departamento de estradas de rodagem) foi inaugurado em 1978. Embora tenha 40 anos, a estrutura nunca passou por qualquer obra de manutenção. A Prefeitura de São Paulo, desde a gestão de Gilberto Kassab (2006-2012) pouco fez pelas pontes de São Paulo, apesar da justiça ter determinado verbas para a inspeção dos viadutos e a reforma dos que preocupavam. Apesar do ocorrido, o viaduto não corria risco de acidentes segundo um relatório de 2017. 
Consequências: Com o ocorrido, a Prefeitura de São Paulo fez um contrato de emergência para a realização de laudos para analisar as pontes de São Paulo e apontar quais os problemas. Embora faça mais de 2 meses do ocorrido, ainda não há previsão de obras no local e caso elas sejam feitas, podem demorar até 6 meses para ficarem prontas. Com o desabamento do viaduto, um dos mais importantes de São Paulo, houve uma maior preocupação com a condição das pontes e viadutos de São Paulo, sendo que um viaduto que liga a Marginal Tietê a pista expressa da Via Dutra foi interditado em 23 de janeiro devido ao risco iminente de queda. Outras 8 pontes e viadutos apresentam risco iminente, em um relatório mostrado ontem (04/02). 

Estação Pinheiros

Resultado de imagem para cratera estação pinheiros

Quando: 12 de janeiro de 2007
Onde: São Paulo (SP)
O que: Em um poço de acesso a obras da Estação Pinheiros da Linha 4 - Amarela, houve um desmoronamento deste poço que formou uma cratera que atingiu a Rua Capri. No momento, um micro-ônibus passava pelo local. O ocorrido acabou vitimando 7 pessoas, sendo dois passageiros e dois funcionários do ônibus, dois passageiros que estavam no ponto próximo e o motorista de um caminhão que prestava serviço a obra.
Por que: Antes da tragédia, casas e comércios da região já apresentavam rachaduras decorrentes das obras no metrô que estavam a todo vapor na época. Além disso, fiscalizações realizadas na obra observaram várias irregularidades, especialmente com a segurança dos trabalhadores e da obra como um todo. Houve uma falta de cuidado com o solo da região, bastante problemático devido a estar próximo do Rio Pinheiros. Segundo o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), houve uma sucessão de erros, pois a construtora não levou em conta a geologia e a utilização da técnica de construção a seca, enquanto o solo era úmido. Além disso, a falta de suportes nas paredes de contenção, o aumento de uma rampa de acesso que não estava no projeto e implosões realizadas no mesmo dia deixaram o solo instável. Não havia um plano de retirada dos trabalhadores do local em caso de acidentes e nem havia um grupo para riscos de queda.
Resumo da ópera: Na tarde de 12 de janeiro de 2007, uma cratera surgiu na Rua Capri e acabou "engolindo" um micro ônibus que passava pela rua, um caminhão da obra e passageiros do ponto de ônibus no local. A cratera possuía mais de 35 metros de profundidade e a missão de resgate foi bastante complicada, devido ao risco de outros desmoronamentos. Imóveis próximos ao local foram demolidos pois tinham o risco de desabar. 
O que poderia ter evitado a tragédia: A tragédia poderia ter sido evitada caso a boate tivesse sido interditada, pois uma laudo dos bombeiros realizado em 2009, durante a construção da boate. Além disso, não houve o acompanhamento dos engenheiros durante a obra para garantir a proteção contra incêndios. Os donos da boate foram apenas multados e não tiveram o estabelecimento fechado. Faltou pulso firme das autoridades, falta de projetos e acompanhamento da obra e a clara negligência dos donos.
Consequências: A consequência mais clara da tragédia foi o atraso da obra, que só retornou em maio do ano seguinte. Caso não houvesse o acidente, a obra ficaria pronta no final de 2008. A estação só foi inaugurada em maio de 2011. Passados 11 anos da tragédia, apesar dos laudos atestando culpa do Consórcio Via Amarela (que controla a linha), ninguém foi condenado, tendo sido inocentadas 12 pessoas. O acidente foi o pior da história do Metrô de São Paulo. Os familiares das vítimas da tragédia e pessoas que ficaram desabrigadas não receberam nenhuma indenização. 

Viaduto de Belo Horizonte

Resultado de imagem para viaduto batalha dos guararapes

Quando: 3 de julho de 2014
Onde: Belo Horizonte (MG)
O que: Queda de um viaduto em obras causou a morte de 2 pessoas e 23 pessoas ficaram feridas
Por que: Erros no projeto, sobretudo no cálculo errado da armadura, além de erros na segurança da estrutura
Resumo da ópera: No meio da Copa do Mundo de 2014, que foi realizada no Brasil, um viaduto em obras sobre a Avenida Dom Pedro I, no bairro Planalto em Belo Horizonte desabou. O viaduto Batalha dos Guararapes fazia parte do pacote de obras de mobilidade para Belo Horizonte visando a Copa do Mundo, facilitando a ligação com o Aeroporto de Confins. As obras estavam atrasadas e as obras estavam sob suspeita de superfaturamento. No dia 3 de julho, ele desaba sobre diversos carros e um ônibus. O motorista de um dos carros e do ônibus faleceram. Os 23 feridos da tragédia eram passageiros do ônibus. 
O que poderia ter evitado a tragédia: Além de erros no projeto e no acompanhamento das obras, faltou a sintonia entre a empresa que projetou (Consol) e a construtora (Cowan) sobre quem deveria fiscalizar as obras. Além disso, o viaduto estava sob investigação devido ao superfaturamento dos materiais e as obras não foram devidamente fiscalizadas. Além disso, segundo o engenheiro de tráfego Paulo Rogério Monteiro, o viaduto não seria necessário para o momento devido ao movimento da região para o aeroporto não ter justificativas para a construção do viaduto.
Consequências: O que sobrou do viaduto foi demolido e nada foi feito no lugar. Onze pessoas foram declaradas réus, entre engenheiros das empresas Consol e Cowan, além de pessoas da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), órgão municipal que fiscalizava as obras. Apesar disso, nenhum dos acusados foram condenados até hoje e além dos familiares das vítimas que não foram reparadas, moradores de um condomínio nas redondezas também entraram com pedido para serem indenizados, pois segundo eles, as obras causaram danos aos apartamentos. Mas até hoje, não houve nenhuma reparação. E o valor pago no viaduto até então (13 milhões de reais) não foi devolvido aos cofres públicos.

Ciclovia Tim Maia

Resultado de imagem para ciclovia tim maia

Quando: 21 de abril de 2016
Onde: Rio de Janeiro (RJ)
O que: Desabamento de um trecho da ciclovia devido as ondas vitimaram dois ciclistas que passavam pelo local
Por que: Erros no projeto que não consideraram as fortes ondas do local
Resumo da ópera: No feriado de 21 de abril de 2016, ondas atingiram um trecho elevado da ciclovia Tim Maia, inaugurada em janeiro de 2016 como parte das obras realizadas na cidade para as Olimpíadas do mesmo ano. A ciclovia liga a região da Barra da Tijuca a São Conrado e possui 3,9 km, possibilitando os ciclistas da região irem também ao Centro da cidade. Recebeu o nome do cantor Tim Maia (1942-1998), em referência a música "Do Leme ao Pontal". Mas pouco mais de 3 meses depois da inauguração, uma forte onda atingiu a estrutura da pista e ela desabou, ceifando a vida de dois ciclistas que estavam passando pelo local. 
O que poderia ter evitado a tragédia: A causa do acidente não foi levada em consideração no projeto, pois ondas fortes ocorrem no local. Embora não sejam comuns, as ondas na região podem atingir até 6 metros de altura. O fato de as ondas rebaterem nas rochas e subirem poderia ser considerado, pois a força das ondas é capaz de comprometer as estruturas. Apesar disso, estudos mais aprofundados não foram realizados. Além disso, a disposição da pista sobre os pilares também não era a mais adequada e poderia haver amortecedores de ondas nos pilares.
Consequências: A construção da ciclovia custou 44 milhões à Prefeitura do Rio. Além disso, houve uma tentativa de CPI na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, mas que foi barrada na justiça. Cerca de 14 pessoas foram indiciadas, mas nenhuma condenada. Inclusive, um dos indiciados na tragédia foi indicado a presidência da RioUrbe pelo prefeito Marcelo Crivella (PRB). A ciclovia até hoje permanece com o trecho do acidente bloqueada e sem previsão para a reconstrução. Outro trecho da ciclovia, junto ao Túnel do Joá desabou em fevereiro de 2018 após um temporal que causou um desmoronamento do solo.  

Edifício Wilton Paes de Almeida

Resultado de imagem para edifício wilton paes de almeida incendio

Quando: 1 de maio de 2018
Onde: São Paulo(SP)
O que: Incêndio e queda de um edifício abandonado no Centro de São Paulo causou a morte de 7 pessoas, todas moradoras do prédio. Além disso, parte da Igreja Luterana de São Paulo, localizada na vizinhança do prédio também foi atingida.
Por que: A ocupação irregular do prédio possuía ligações irregulares de energia, que não possuíam qualquer segurança contra incêndios no caso de curto-circuitos por parte dos administradores do prédio. Além disso, o prédio estava abandonado e com a estrutura comprometida. Mas segundo testemunhas e a polícia, uma briga de casal causou a tragédia, pois uma panela de pressão pegou fogo e a estrutura do prédio (de concreto e aço) contribuiu para alastrar as chamas. O incêndio causou o colapso da estrutura. Mas outra versão é de um curto circuito.
Resumo da ópera: Na noite do feriado de 1° de maio de 2018, um incêndio atinge um prédio abandonado no Centro de São Paulo. O Edifício Wilton Paes de Almeida era um prédio abandonado e ocupado por famílias carentes integrantes de movimentos sociais pela habitação. O Prédio que já foi ocupado pela CVB (Companhia de Vitrais Brasil), por várias empresas e foi sede da Polícia Federal entre 1980 e 2003. Abrigava também uma agência do INSS, porém foi abandonado com a mudança da sede da PF. Ele pertencia a Prefeitura de São Paulo e deveria ser sede da Secretária de Educação. O incêndio se espalhou rápido e muitos pularam do prédio. Ainda foi filmado o desabamento do prédio, e as imagens mostravam uma das vítimas tentando sair pela janela do prédio. A vítima, Ricardo Oliveira Galvão, voltou ao prédio para salvar a família. Mas ao tentar ser resgatado pela lateral do prédio, o desabamento fez com que os equipamentos fossem rompidos.
O que poderia ter evitado a tragédia: O fato do prédio estar abandonado e ser um bem público contribuiu para a precariedade da estrutura. Já era sabido que vários prédios do Centro de São Paulo possuem uma estrutura precária atualmente e risco de desabamentos. Além disso, a ocupação irregular destes prédios por parte de movimentos sociais, além de colocar a vida de várias pessoas em risco, poderia ocasionar situações de incêndio, seja por curto circuitos nas ligações irregulares ou botijões de gás. Além disso, os coordenadores do movimento social cobravam aluguel das famílias e nada faziam para conservar o prédio ou investir em itens de segurança, que evitariam a tragédia.
Consequências: O desabamento escancarou o fato de muitos prédios abandonados e com riscos de desabamentos estarem ocupados por movimentos sociais que lutam por moradia. Há centenas de prédios como esse em São Paulo e várias cidades do país. No processo, três coordenadores do movimento social que ocupava o prédio foram indiciados e recentemente, se tornaram réus. As centenas de famílias que estavam no prédio ficaram meses em barracas no Largo do Paissandu, havendo uma grande demora na transferência dessas famílias para edifícios de habitação popular. A Igreja Luterana, inaugurada em 1909 e tombada pelo patrimônio público de São Paulo, ainda permanece com parte do prédio destruída e sem previsão para a sua reconstrução. O trânsito no local foi interditado por meses.

Edifício Joelma

Resultado de imagem para edifício joelma

Quando: 1 de fevereiro de 1974
Onde: São Paulo (SP)
O que: Incêndio de grandes proporções que atingiu o edifício e vitimaram 187 pessoas e deixaram mais de 300 feridos
Por que: Curto-circuito de um aparelho de ar-condicionado no 12° andar
Resumo da ópera: No dia 1 de fevereiro de 1974, às 8h45 min da manhã, um aparelho de ar-condicionado entrou em curto-circuito que causou um incêndio que se alastrou rapidamente pelo edifício. O fogo no edifício dificultava a saída de quem trabalhava lá por não dispor de saídas de emergência e as escadas serem íngremes. Alguns fugiram pelos elevadores, porém os cabos foram rapidamente destruídos pelo incêndio. Quem conseguiu escapar, o fez pelas janelas dos banheiros e se jogando para fora ou subindo até o 25° andar para serem resgatados pelos helicópteros, que tinham dificuldade de pararem no edifício devido ao Joelma não possuir pista de pouso. Houve dificuldades pela escada Magirus dos caminhões de bombeiro, pois a escada não alcançava os andares mais altos. Havia confusão em torno do prédio, devido ao número grande de curiosos vendo as ações de resgate.
O que poderia ter evitado a tragédia: A tragédia poderia ser evitada caso o Joelma dispusesse de saídas de emergência e porta anti-incêndio, que possibilitaria a saída de quem estivesse no prédio. Além disso, vários itens no prédio como o forro e as portas contribuíram para as chamas se alastrarem. Ainda havia problemas com o sistema elétrico do prédio, que estava sobrecarregado. 
Consequências: A tragédia resultou em grandes mudanças nas construções dos prédio de São Paulo e também, em outras partes do Brasil, especialmente no que se refere a normas de incêndio. Várias medidas foram tomadas, principalmente a proibição do uso de materiais inflamáveis nos componentes da prédio (sobretudo os feitos de madeira) e a obrigação dos prédios terem saídas de emergência, sistemas de água para hidrantes, extintores e portas corta-fogo, além de cuidados com a instalação elétrica. A cidade ainda criou um Código de Edificações, que estabelecia as regras do que as construções deveriam ter para segurança, sofrendo diversas alterações ao longo do tempo, entre elas os prédios devem resistir a 2 horas de incêndio. Na parte legal, as empresas Crefisul (que administrava o prédio) e Termoclima (responsável pelo conserto do ar-condicionado) foram responsabilizadas pela tragédia e seus responsáveis foram condenados entre 2 a 3 anos de cadeia. O Edifício Joelma foi reconstruído e reinaugurado em 1978. Apesar do endurecimento das regras, mais da metade dos prédios em São Paulo estão em condições semelhantes ao Joelma antes do incêndio e não se adaptaram as novas regras. Ou seja, há o risco de tragédias como o Joelma, como a que aconteceu no Wilton Paes de Almeida. Na cultura popular, a tragédia do Joelma teve consequência como um filme inspirado em um livro do médium Chico Xavier, já que relatos sobrenaturais acerca dos mortos da tragédia aparecem na mídia de tempos em tempos. . A tragédia do Joelma apareceu em documentários nacionais e internacionais.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Vilões da ficção que poderiam ser reais e seus crimes na vida real - Parte 2

Olá amigos, há quanto tempo. Como vão. Primeiramente, agradeço a audiência do blog ainda estar alta mesmo eu tendo que parar de escrever por quase 4 meses. Mas a espera acabou e vamos ter matéria. Com o meu tempo livre agora, já que acabei a Universidade e finalmente ganharei o título de engenheiro (embora eu esteja desempregado), irei escrever mais matérias. Paciência turma...
Mas sobre a matéria, mais uma lista aqui. E uma continuação que já era merecida há muito tempo. Num passado nem tão distante assim, fiz uma matéria sobre vilões da ficção que poderiam facilmente serem criminosos reais. A matéria é um dos sucessos do blog e claro, merecia uma segunda parte. Quem estiver curioso, a matéria da primeira parte pode ser lida aqui. 
Mas sobre a matéria atual, o que acharam da lista? Dúvidas, elogias, críticas e pedidos podem ser feitos aqui nos comentários. Já aviso que essa lista tem uns spoilers! Então bora lá para a lista.

Mariah Dillard

Resultado de imagem para mariah dillard


Universo de: Universo Cinematográfico da Marvel (NETFLIX)
Profissão: Líder comunitária e vereadora
Crimes de que seria acusada na vida real: Homicídios dolosos, tráfico de armas, tráfico de drogas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Mariah Dillard (ou Stokes, como outros preferem), interpretada brilhantemente na série por Alfre Woddard, é uma vilã presente na série de Luke Cage. Por trás de uma figura de liderança do bairro do Harlem, bairro predominantemente negro de Nova York, estava uma mulher que queria o poder a qualquer custo e que no começo parecia fazê-lo por vias legais, já que era vereadora. Porém, seu financiamento vinha por meio de seu primo, Cornell Stokes (o famigerado "Boca de Algodão") que era o principal líder criminoso da região, especialmente no ramo do tráfico de armas. A complicada relação familiar que Mariah tinha com a família (abusada pelo tio e cobrada pela avó Mama Mabel) fizeram Mariah ser uma personagem dúbia durante a primeira temporada, até ela assassinar Cornell (até então, o principal antagonista de Luke Cage). Após sua morte, ela foi aos poucos assumindo os negócios da família criminosa e se aliou ainda a outros criminosos como Kid Cascavel (rival de Luke Cage e fornecedor de armas) e a Hernan Alvarez, mais conhecido como Shades.
Na segunda temporada, Mariah já comandava o crime no Harlem e ainda cometeu uma enorme atrocidade ao realizar uma chacina contra aliados de outro antagonista da temporada, o jamaicano Bushmaster. Sem contar ainda que ela passou a vender drogas, algo que nem sua família em gerações anteriores trabalhava. Sem dúvidas, os crimes de Mariah só crescerem e ela seria importante mesmo após a sua morte (spoiler).
A versão de Mariah é diferente das HQs, em que ela era chamada de "Black Mariah" (na série, era uma provocação à ela). Nas HQs ela não tinha nenhuma relação com a família Stokes e era basicamente uma mulher obesa e era basicamente um líder criminosa que comandava roubos no Harlem, nada tendo a ver com a política ou com os crimes do Boca de Algodão. Mas baseando-se na série, Mariah seria acusada de diversos crimes. A começar pelos assassinatos de seu primo Boca de Algodão, de uma testemunha deste assassinato e da chacina contra os jamaicanos. Fora estes crimes, a mesma ainda assumiu os negócios da família, que além do clube do bairro (Harlem's Paradise), incluíam roubos, organização criminosa e o tráfico de armas, tendo ela entrado também no tráfico de drogas. Sem contar que como política ela seria acusada de corrupção passiva pelos financiamentos de campanhas vindas de crimes de Cornell. Fora isso, o Harlem's Paradise ainda era uma maneira da família lavar o dinheiro dos crimes e sem contar que no passado, a prostituição também era explorada por Mama Mabel, mas que tinha ficado para trás. O difícil era prender Mariah, que por ter uma imagem pública bastante positiva com outros políticos e a população do bairro, já que ela se apresentava sem relação com os Stokes. Mas ao final da segunda temporada, ela finalmente foi presa.
Embora se apresentando como uma defensora da família, do empoderamento feminino e dos negros, Mariah Dillard escondia uma face criminosa bastante macabra. Algo que muitos políticos ao redor do mundo escondem, seja lá no Harlem ou no Brasil, já que muitos políticos foram e são financiados pelo crime organizado, fazendo vista grossa após isso ao crime organizado.
Caso a série continuasse, apesar de morta, ela iria influenciar a série ainda numa possível terceira temporada (parabéns Netflix!). Querem saber como? Bastam assistir.

Abutre

Resultado de imagem para abutre michael keaton

Universo de: Universo Cinematográfico da Marvel
Profissão: Engenheiro eletrônico e inventor
Crimes de que seria acusada na vida real: Tentativa de homicídio, roubo, formação de quadrilha e tráfico de arma

Dentre os vilões dos filmes do UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), alguns vilões seriam bastante reais. Um deles é considerado um dos melhores vilões deste Universo e se destacou no filme do "Homem-Aranha: De volta ao lar". O Abutre, cujo nome verdadeiro é Adrian Toomes e foi interpretado por Michael Keaton (o antigo Batman de Tim Burton), foi um desafio grande para o novato heroi, seja ao Homem Aranha ou mesmo a Peter Parker. No filme, ele era o pai de Liz Allen (nas HQs, eles não tem nenhuma relação) que foi a paixão de Parker no filme. E o antagonista já sabia que Peter era o Homem Aranha e a sua ameaça a Parker foi uma das melhores cenas do filme. Mas no fim ele foi preso.
A sua lista de crimes incluem a tentativa de homicídio de Parker, mas ele se destaca especialmente por crimes que incluem o roubo e tráfico de armas. O próprio Adrian Toomes inventava as armas, a partir do restos das armas dos Chitauri, aliens que foram convocados por Loki em "Os Vingadores" para destruir Nova York. Apesar da vitória dos herois, muito entulho sobrou dos Chitauri e inicialmente Toomes tinha uma empresa que fazia a limpeza após a batalha. Porém, um certo Tony Stark fez com que sua empresa assumisse a limpeza da cidade com exclusividade e Toomes perdeu seu ganha pão. Até que com aquilo que recolheu (ou roubava de Stark) ele criou novas armas e passou a vendê-las a criminosos comuns, sendo que o crime tinha armas altamente destrutivas e procedência desconhecida. Para o serviço, Toomes formou uma quadrilha e estes passaram a ajudá-lo na criação das armas e da venda. Com isso, Adrian mantinha um padrão de vida bem acima da média e fazia todas as vontades da filha adolescente. Como ele mesmo disse, tudo ele fez por sua família e manter um padrão de vida bom para ela. Porém, ele mesmo comprometeu outras famílias com as suas criações.
O Abutre, dada as proporções, pode ser alguém que na vida real venda armas de alta qualidade, seja para o crime organizado nas cidades ou até mesmo para grupos terroristas ao redor do mundo. Ele seria um traficante de armas altamente qualificado e que forneceria armas de uso restrito às Forças Armadas para grupos extremistas. Portanto, ele seria um tipo de criminoso altamente perigoso, que apesar de entendermos as suas motivações, faria muito estrago para a paz das cidades.

Ultron

Resultado de imagem para ultron

Universo de: Universo Cinematográfico da Marvel
Profissão: Inteligência artificial
Crimes de que seria acusada na vida real: Genocídio humano, diversos homicídios dolosos, terrorismo, lesão corporal, sequestro, cárcere privado e tráfico de minerais

Mais um vilão dos filmes da Marvel e este sem dúvidas seria um dos mais complicados de lidar na vida real. Ultron (voz de James Spader) é uma inteligência artificial que fora criada por Hank Pym (o Homem Formiga) nas HQs, mas que nos cinemas foi uma invenção de Tony Stark e Bruce Banner. Ele serviria para proteger a paz mundial, mas o próprio se rebelou e assumiu um corpo robótico, já que concluiu que os Vingadores eram os verdadeiros vilões e deveriam ser eliminados para a paz mundial (assim como toda a raça humana). Com esta deturpada visão sobre o que seria a paz, Ultron cometeu as mais diversas atrocidades no filme. Além dos vários assassinatos a civis, ele ainda queria fazer um país (Sokovia) voar pelos ares e fazê-la um meteoro para acabar com a vida na Terra. Fora outros crimes, como terrorismo, lesão corporal (cortou o braço de Ulisses Klaw que viraria o Garra Sônica) e sequestrou e manteve em cárcere a Viúva Negra, além da Dr. Helen Cho . E falando em Klaw, ele ainda estava comprando deste o Vibranium vindo de Wakanda que revestiu seu novo corpo.
Atualmente, um vilão ao estilo Ultron seria um tanto improvável. Mas com o avanço da tecnologia e com máquinas cada vez mais inteligentes, não será nada anormal que uma inteligência artificial como Ultron possa ter uma visão deturpada da raça humana e queira cometer atrocidades contra estas. Não que Ultron fosse diferente de outros vilões robóticos que causaram futuros distópicos em outros filmes, como Exterminador do Futuro ou Matrix. Então, todo o cuidado é pouco para que a tecnologia que nós estamos criando não se volte contra os seres humanos.

Hendricksson

Resultado de imagem para hendrickson nanatsu

Universo de: Nanatsu no Taizai
Profissão: Ex-grão-mestre dos cavaleiros sagrados de Liones
Crimes de que seria acusada na vida real: Homicídio doloso, tentativa de assassinato, lesão corporal grave, formação de quadrilha, terrorismo, conspiração e manipulação genética

Um dos animes de maior sucesso na atualidade, Nanatsu no Taizai é um daqueles animes que possuem muita coisa fantasiosa e é inspirado nas lendas arturianas. Entretanto, o antagonista da primeira temporada é um vilão que apesar dos poderes sobre-humanos (até demais), seus métodos de ação são semelhantes ao da vida real. Hendricksson, que naquele momento era um dos grão-mestres do Reino de Liones (o mais forte dos cavaleiros sagrados) agia nas sombras como o comandante do reino. Vendo que os cavaleiros sagrados estavam sem prestígio e que estavam de certa forma fora de ação, decidiu de uma maneira ou de outra recriar a guerra do reino contra o Clã dos demônios. Para isso, ele e Dreyfus assassinaram o então Grão-Mestre Zaratras (irmão de Dreyfus) e acusaram a Ordem dos Sete Pecados Capitais de cometer o crime e de ainda tentar dar um golpe no Rei. Com isso, o grupo se separou e neste tempo os cavaleiros sagrados assumiram o comando do país e colocaram o terror contra qualquer opositor. Além disso, Hendricksson ainda fez experimentos genéticos com sangue de demônio afim de aumentar o seu poder e de cavaleiros sagrados que até então eram fracos ou que tinham pouco poder mágico. Ao tomar o sangue de demônio, o "voluntário" poderia morrer imediatamente ou desenvolver rapidamente um grande poder mágico. Porém, muitos destes que "deram certo" passaram a ficar com uma aparência demoníaca e ficaram descontrolados, cujo Hendricksson foi aperfeiçoando com o tempo. Com isso, criou-se novos cavaleiros denominados "Nova Geração", que em troca de mais poder estavam a total serviço das ordens de Hendricksson. Mas no fim, Hendricksson foi derrotado pela trupe de Meliodas e aparentemente morrido, mas logo ele estava vivo e envolvido em um plano mais sinistro para reviver os Dez Mandamentos, o grupo mais poderoso de demônios. Mas esta é uma outra história.
Embora Hendricksson tenha cometido outros crimes na história, desde assassinatos, conspiração para tomar o poder em Liones, formação de quadrilha pois agia em conjunto com Dreyfus e Hellbram, além de outros cavaleiros sagrados e lesão corporal contra vários, este se destaca por fazer experimentos genéticos extremamente antiéticos, colocando em risco a vida de quem se propõe a fazê-lo. Com o avanço da genética e de experimentos como a clonagem, seja em plantas, animais ou até mesmo seres humanos, os limites para tais experimentos lidam com tabus na comunidade científica. Hendricksson pode até ser comparado com Josef Mengele, o anjo da morte dos Nazistas e seus experimentos bizarros envolvendo judeus e outras minorias. Existir na vida real não é só tão improvável, mas cada vez mais plausível com o avanço dos experimentos genéticos.


Professor Ivo

Resultado de imagem para professor ivo

Universo de: Liga da Justiça (DC)
Profissão: Cientista e inventor
Crimes de que seria acusada na vida real: Terrorismo, pesquisa ilegal e sequestro

Apesar de ser um vilão não tão falado do universo da DC, como Lex Luthor, Coringa ou mesmo Darkseid, o Professor Ivo é um dos vilões mais insanos da Liga da Justiça. Um cientista genial e com medo da morte, ele além de ter se tornado um ser imortal, ele simplesmente criou um dos vilões que mais deram trabalho para a Liga: o androide Amazo. Amazo é u Androide criado por Ivo que tem o poder de todos os membros da Liga da Justiça. Tendo a gama de poderes de herois como o Superman, a Mulher Maravilha ou mesmo o Lanterna Verde, Amazo sempre dá muito trabalho para a Liga pois ele é capaz de usar os poderes que bem entender contra a Liga, duplicar os poderes ou podendo também a utilizar os pontos fracos dos herois em algumas versões. Criando um androide tão poderoso e ameaçador como Amazo, Ivo poderia causar consequências graves no mundo real. Embora sempre lutando contra a Liga da Justiça, Amazo poderia causar diversos estragos pelo mundo e seu criador seria acusado de inúmeros crimes, sobretudo terrorismo. Além disso, Ivo seria processado por pesquisas ilegais e sequestro. Mas como os quadrinhos já indicaram, ele poderia não ser preso em um presídio comum, mas em algum manicômio judicial, no estilo do Asilo Arkham, no qual já esteve internado e foi mais uma estrela do local onde ficaram os mais insanos vilões da DC.

Irmãos Metralha

Resultado de imagem para irmãos metralha

Universo de: Disney
Profissão: Ladrões
Crimes de que seria acusada na vida real: Tentativa de assalto, assalto a mão armada, porte ilegal de arma, fuga da prisão, mercenarismo e formação de quadrilha

Embora atrapalhados, os Irmãos Metralha estão nessa lista. Criminosos recorrentes das histórias do Tio Patinhas, eles vivem sempre a tentar roubar a imensa fortuna do ser mais rico do universo da Disney. Mesmo não sendo bem sucedidos na empreitada de roubar o Tio Patinhas (houve pouco sucesso), os irmãos podem ser acusados de diversos crimes ao longo do tempo e seriam criminosos bem factíveis de aparecer em programas como Cidade Alerta ou Brasil Urgente. Além das inúmeras tentativas de assalto ao caixa forte do Tio Patinhas, esses criminosos seriam acusados de uma série de crimes. Dentre eles, seriama acusados obviamente de formação de quadrilha, pois além dos irmãos (varia de 3 a 5 normalmente), estão envolvidos na quadrilha  o primo (Primo Azarado), a tia (Titia Metralha) e até a avó (Vovó Metralha), porte ilegal de armas, fuga da prisão (já fugiram inúmeras vezes) e também de serem mercenários, pois já trabalharam para o rival de Patinhas, o Patacôncio algumas vezes. Embora não tão bem sucedidos quanto os bandidos da vida real (infelizmente), eles certamente seriam presença frequente nos programas sensacionalistas policiais daqui do Brasil e certamente virariam memes na internet. Embora criminosos fracassados, eles viraram inspiração para nomear criminosos bem sucedidos da política brasileira. Para se referir aos petistas, os algozes se referem como "Petralhas"

Dooley

Resultado de imagem para dooley pica pau

Universo de: Pica Pau
Profissão: Na maioria dos episódios, ladrão
Crimes de que seria acusada na vida real: Tentativa de homicídio, assaltos, pertubação à ordem pública, porte ilegal de arma, caça ilegal, estelionato, manipulação de jogos e calote

Outro bandido caricatural, mas que também faria a alegria dos programas sensacionalistas é Dapper Denver Dooley, um personagem recorrente e um dos mais engraçados do Pica Pau. Dooley aparece em vários episódios sempre cometendo algum delito diferente (exceto em um que ele é bobo da corte e em O Novo Pica Pau), geralmente sempre representando um bandido do velho oeste. Dooley sempre é um criminoso procurado por assaltos que cometeu, seja assaltando bancos, bares e até trens. Sempre armado, ele seria acusado de porte ilegal de arma além de tentativa de homicídio, seja contra a vida do Pica-Pau ou contra a polícia com quem sempre reage. Dooley também seria acusado de perturbação da ordem pública (por causa de seus confrontos), além de em alguns episódios ele também ser acusado de estelionato e calote, especialmente no famoso episódio em que o Pica Pau vende um seguro de vida a ele. Outro crime por ele cometido é caça ilegal as baleias, atualmente um crime internacional, além de tentar trapacear no golfe. Assim sendo, vemos que Dooley seria um criminoso que cometeria os mais variados crimes e assim, poderia ter várias passagens pela polícia. E claro, no Cidade Alerta e outros programas do gênero, sem antes prejudicar a vida de muitas pessoas.

Dr. Martin Brenner

Resultado de imagem para Martin brenner

Universo de: Stranger Things
Profissão: Cientista sênior e diretor do Laboratório de Hawkins
Crimes de que seria acusada na vida real: Manipulação genética, diversos homicídios dolosos, tortura, sequestro de menores, tentativa de assassinato, cárcere privado e crimes contra o meio ambiente


Stranger Things virou sem dúvidas uma das séries mais amadas e de maior repercussão da Netflix. A história que gira em torno de um sumiço de uma criança e que leva a uma dimensão diferente, humanos com poderes e criaturas estranhas possui muitos fãs atualmente e personagens extremamente carismáticos e bem representados. Entretanto, nem tudo são flores (não mesmo) nesta série e um dos personagens mais obscuros e misteriosos da trama é o chefe do Laboratório de Hawkins, o Dr. Martin Brenner (Mattehw Modine). O cientista realizou, bem longe dos olhos da pequena cidade do interior, experiências bastante sinistras, em que ele cometeu diversas ilegalidades e crimes para manter seus objetivos. Ele esteve envolvido no projeto MKUltra, um projeto secreto mantido pela CIA (o Serviço Secreto Americano), que tinha como objetivo desenvolver pessoas com poderes mentais. Uma das voluntárias do programa era Terry Ives, que estava grávida na época e deu a luz a Jane Ives. A menina, que nasceu com habilidades de telepatia e telecinese, foi separada da mãe por Brenner e Terry, ao tentar recuperar a menina, foi sequestrada e torturada de maneira cruel até entrar em estado vegetativo, se limitando a falar uma frase (utilizada na tortura) e sem reconhecer ninguém ao redor. Mas as monstruosidade de Brenner não para por aí, pois ele tornou Jane conhecida como "11" (eleven) e realizou inúmeras torturas ao longo da vida da pobre menina, além de torturá-la fisicamente e mentalmente para que ela utilizasse seus poderes e os ampliasse. Embora o objetivo era derrotar a União Soviética (a série se passa durante a Guerra Fria), ela acabou entrando em contato com as criaturas do chamado "Mundo Invertido", chegando a abrir portais para esta dimensão obscura e misteriosa. Com a abertura do portal, a menina fugiu de seu "pai" (Eleven se referia desta maneira a Brenner). Com isso, uma criatura chamada Demogorgon sai de sua dimensão e sequestrou Will Byrnes, que ficou sumido por toda a temporada 1. Fora que o Demogorgon ainda matou a amiga de Nancy (Barbie) e vários animais da floresta da cidade, o que bota na conta de Brenner um homicídio e crimes contra o meio ambiente. Não se sabe o paradeiro de Brenner, pois aparentemente ele foi morto no final pelo Demogorgon no final da primeira temporada e na segunda temporada, embora aparece em flashbacks, um ex-colaborador dele afirmou que ele ainda estava vivo. Não sabemos se ele aparecerá, mas sabemos que um cientista manipulador, frio e extremamente antiético pode ser encontrado em qualquer lugar do mundo real, seja no laboratório da esquina até os maiores, já que o experimento da série é baseado em experiências reais realizadas tanto pelos EUA quanto pela União Soviética. Além das monstruosidades que cometeu com Eleven (na verdade, Jane) e sua mãe, ele ainda pode ter sequestrado mais crianças, pois a numeração de Eleven indica que ela não foi a única a se submeter aos testes, tendo outras crianças que participaram das experiências. Algumas podem não ter sobrevivido, mas outras podem ter fugido como Kali (conhecida com Eight), que fugiu de Hawkins e foi para a cidade grande, onde depois se encontra com Eleven. Apesar da pouca aparição, o Dr. Brenner sem dúvidas é um dos mais cruéis desta lista e claro, podendo ser tão real quanto possível. Inclusive, Brenner pode ser comparado aos médicos nazistas e aos serviços secretos da Guerra Fria que conduziram experimentos desta maneira.