sábado, 1 de agosto de 2015

O que o espaço pode nos proporcionar?


Para começar a matéria, Plutão nos manda um coração.



As férias vão acabando e você ainda não comentou sobre isso. Demorei um pouco para falar deste tema aqui com vocês, mas prometo não ficar mais em débito com você, leitor. Falarei de um tema que gosto bastante de acompanhar e quem sabe no futuro eu não trabalhe com ele. Sim, é sobre astronomia. Mas não de ficar só observando a 16° lua de Júpiter, mas de construir algo no meio do espaço, afim de resistir a tudo e a todos.
Um satélite que me lembrava desde os meus 11 anos, quando ele partiu da Terra, finalmente chegou a seu destino. Trata-se da sonda New Horizons (Novos Horizontes, em PT-BR), que após 9 anos de viagem pelo sistema solar, chegou em Plutão e no chamado Cinturão de Kuiper, uma área até então pouco explorada por estas sondas. Constituídas de antenas, espectrômetros, gerador termoelétrico e outras bugigangas, chegando a pesar mais de 450 Kg A New Horizons ainda pegou um impulso na forte gravidade de Júpiter para acelerar sus velocidade, que já era rápida (16,25 Km/s ou 58.536 Km/h) para chegar ao até então Planeta Clássico como a Terra, mas que no mesmo ano de 2006, foi rebaixado a categoria de Planeta - Anão, algo que divide opiniões de astrônomos. E depois de mais de 9 anos, chegou ao seu destino e nos deu imagens inéditas de Plutão e do que há ao seu redor, como a lua Caronte, a maior lua de Plutão e alvo de estudos para se descobrir se Caronte não é um satélite e sim, um sistema bi-planetário com Plutão. Há duas semanas atrás, a sonda chegava no seu destino e nos deu imagens não só de Plutão e Caronte, como de outros dois satélites do Planeta - Anão: Nix e Hydra. Ainda há mais dois satélites a serem fotografados e que foram recentemente descobertos: Cérbero e Estige.
Tudo isso foi feito para estudar esta região do espaço até então pouco explorada. A ideia é observar outros objetos do Cinturão de Kuiper como os Planetas-anões Éris, Sedna, Haumea e Makemake, sem contar outros ainda não identificados. E mais para frente a missão passar a Heliosfera (região aonde o vento solar alcança) e assim como outras missões da Nasa (A agência espacial estadudinense) como a Voyager 1 e 2 e a Pioneer 10 e 11, ir além do Sistema Solar e ir para regiões ainda mais distantes, mesmo perdendo contato com a Terra. Tudo isso para se estudar o espaço, mais e mais além. Claro que estas missões espaciais envolvem um custo muito alto. Só a missão da New Horizons custou 700 milhões de dólares (mais de 2, 3 bilhões de reais atualmente). Isso para uma missão não-tripulada, imagina se fosse. Mas muita gente não vê importância nestes programas espaciais, pois além de caros e que só serviriam para matar nossa curiosidade de conhecer planetas e estrelas, o dinheiro neles investidos poderiam ser investidos no combate a fome, da miséria e outros problemas ainda não solucionados da humanidade.

Sonda New Horizons
Uma imagem de como é a New Horizons. Ela carrega consiga 7 objetos, como moedas, selos postais, cinzas de Clyde Tombaugh, o descobridor de Plutão, bandeiras estadudinenses, cds com musicas e com imagens, além de um pedaço de uma antiga nave. (Foto e matéria: Exame)
Claro que todos nós concordamos com a última frase do parágrafo acima. Mas dizer que as viagens ao espaço não serviram para nada é um grande engano. Sim amigos, sem os programas espaciais, a tecnologia não chegaria ao nível em que se encontra hoje. Mesmo tendo começado com uma guerra ideológica entre soviéticos e estadudinenses, que demostravam seu poder através de áreas como a ciência e se aproveitavam da tecnologia herdada da Alemanha Nazista, que já tinha pesquisas para satélites e viagens espaciais (sim amigos, o cientista mais importante da Nasa era Wernher Von Braun era alemão). Após o lançamento do Sputnik pelos soviéticos em 1957 e do primeiro ser vivo ao espaço pelos soviéticos e também do primeiro homem ao espaço, os estadudinenses reagiram e chegaram ao ápice com o homem à Lua em 1969 (embora muita gente acredite que nunca houve tal viagem). Posteriormente, houve explorações aos outros objetos no Sistema Solar, Telescópios gigantes e apontados para as mais diversas constelações e galáxias do cosmo em busca de planetas como a terra, com Vida. Tudo isso em vão? Talvez sim, mas o desenvolvimento da tecnologia nos satélites, telescópios e sondas nos proporcionaram avanços aqui na Terra também.
Para começar, um exemplo simples: a panela. Sim amigos, as panelas atualmente são muito melhores do que as de 60 anos atrás. Graças aos metais usados para aguentar as condições extremas do espaço e bem como da superfície quente de algumas superfícies planetárias como a de Mercúrio, Isso sem contar outros objetos metálicos submetidos ao calor de fornos. Outro exemplo são das telecomunicações. Cidades isoladas não teriam como assistir TV, especialmente programas como a final da Liga dos Campeões da Europa. Como conseguem? Graças a TV via satélite, pois se não fosse a evolução dos satélites e de seu envio de dados, muitas localidades não teriam acesso fácil a televisão. Mesmo com cabos e outras retransmissoras, haveria um custo muito maior do que um satélite. E falando nos satélites, sem eles não haveria coisas que fazem parte do nosso dia-a-dia. Google Maps? Esqueça, pois sem os satélites de observação, não seriam possível mapas com tanta precisão. Previsão do tempo? Sem os satélites para observar a movimentação das nuvens e dos ventos, a previsão do tempo seria bem menos confiável. Sem contar no uso de satélites para observações de incêndios, crimes ambientais e GPS. As comunicações, embora não sendo perfeitas, não seriam tão rápidas.

Lado Oculto da Lua, descoberto em 1959 pelo programa espacial
soviético. Sem os satélites, lugares como esse ainda permaneceriam
desconhecidos, pois este lado não é visível da Terra.
Só isso? Tem mais, galera. Graças aos programas de aumento de resolução de imagens da Lua, foi possível transferir isso para programas de tomografia. Sem isso, exames em alta resolução não seriam possíveis hoje, bem como a ressonância magnética não seria tão boa hoje. Isso sem contar os ganhos para a própria astronomia, que graças a evolução de telescópios, satélites, sondas e até robôs exploradores, não nos dariam tantas informações do espaço. Não seria possível a descoberta de planetas fora do Sistema Solar tão cedo. Ou de telescópios que ficam no espaço como o Hubble, que sem a interferência da atmosfera, da luz ou de radiação, consegue uma resolução que permitiu ir além da Via Láctea. Graças a tecnologia que mandamos ao espaço, conhecemos mais da superfície da Lua do que o próprio oceano da Terra. Não conseguiríamos ver com clareza o Lado Oculto da Lua, que até então era desconhecido. E sem eles, não imaginaríamos com tanta certeza a presença de vida fora desta Terra que Deus permitiu a Vida. Ainda é cedo, mas nunca houve tanto otimismo.
Mesmo com o patamar tecnológico alcançado hoje, muita coisa irá por vir. Outra viagem à Lua e para Marte estão em testes. Não apenas por EUA ou Rússia (herdeira da União Soviética), mas China e países europeus também pretendem o mesmo. Não apenas um "rolezinho" por estes lugares, mas ainda há a possibilidade de que estes lugares possam no futuro serem colônias espaciais. Sim amigos, há projetos de exploração dos minerais destes lugares. A Lua é rica em minerais como Alumínio, Ferro e Magnésio, além de um isótopo raríssimo na Terra e que pode ser comum na Lua ou em Júpiter denominado Hélio-3, que seria usado na geração de energia por fusão nuclear, com a grande vantagem de não deixar lixo atômico após o processo. Isso sem contar na possível extração de minerais em Marte, em Vênus ou em Ceres. Com a grande exploração de minerais na Terra e o fim de muitos deles nos próximos anos, isso deve acelerar a busca deles em outros lugares do Sistema Solar. Até mesmo a água pode entrar nessa, se caso confirmado de gelo na Lua. Ou mesmo nos asteroides que contém gelo em sua composição. A geração de energia no espaço já começa a ganhar corpo. Isso sem contar a descoberta de novos materiais por aí. Ainda é uma ideia de louco tais viagens, exploração ou colonização. Os custos para tais viagens e manutenção ainda são exorbitantes e poderão ficar muito tempo assim. Mas se caso a Terra ficar pequena demais para os humanos, o resto já pode se preparar.


Uma futura base lunar. Vai ficar no Sonho?
Viagens ao espaço podem parecer inúteis a primeira vista. Mas elas podem nos proporcionar alguma coisa mais para frente. Pode demorar séculos, inclusive. Mas de alguma forma, ficamos empolgados por conseguirmos chegar a lugares distantes como Plutão. Se o planeta que recebeu o nome do Deus dos Mortos na mitologia romana (nome original em grego Hades) por uma garota de 11 anos ao ser descoberto em 1930 nos revelar mais alguma surpresa, será mais um novo conhecimento adicionado para o ser humano saber como usá-lo. A New Horizons ainda vai estudar a geologia do planeta, assim como sua atmosfera, que é desconhecida. E mesmo com a demora do envio de informações (4 horas), os cientistas estão felizes com os resultados. Apenas em setembro, teremos mais notícias do planeta-anão. Embora sejam estudos, quem sabe engenheiros não a transformem em realidade. Daqui a 50 anos, quem sabe?


Para saber mais, clique:
Sobre a New horizons
Sobre as imagens
Mais sobre a chegada
Sobre se não explorássemos o espaço
Sobre colonização espacial

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