Esta é mais uma matéria da série, "A origem dos nomes das estações de metrô", para ver as outras matérias, acesse aqui:
Linha Azul:
http://engenheirodevida.blogspot.com.br/2015/12/a-origem-dos-nomes-das-estacoes-de.html
Linha Verde:
http://engenheirodevida.blogspot.com.br/2015/12/a-origem-dos-nomes-das-estacoes-de_4.html
Linha Amarela:
http://engenheirodevida.blogspot.com.br/2015/12/a-origem-dos-nomes-das-estacoes-de_30.html
Linha Lilás: Em breve!
Pois é minha gente, nossa viagem literária sobre trilhos continua. Agora, pegaremos carona e pagaremos R$ 3,50 na passagem para irmos pela linha mais movimentada do sistema: a linha 3 do metrô de São Paulo. Além de ser a mais movimentada, é a mais longa (por enquanto), se estendendo por 22 km. Liga as Zonas Leste e Oeste, passando pelo Centro de São Paulo.
A linha mais lotada do metrô possui boa parte de suas estações em superfície, sobretudo na Zona Leste, aproveitando boa parte da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA), sendo a linha parte da antiga Central do Brasil. Embora tenha o nome Linha 3, foi a segunda linha a ficar pronta, lá em 1979, com o trecho indo do Sé ao Brás. A linha só ficou do tamanho atual em 1988, com a inauguração do trecho que vai da Barra Funda à Santa Cecilia. A linha ainda ficou incompleta, pois o seu projeto original previa sua extensão a Guaianases, mas os moradores do bairro só se contentaram mesmo com a linha da CPTM.
Bom, chega de lamentos. Nossa viagem vai começar!
Palmeiras-Barra Funda
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Totem de entrada. |
Começamos pela estação inaugurada em 1988. Isso é, a de metrô, já que o bairro da Barra funda tinha duas estações de trem. A primeira, inaugurada em 1875, pertencia a Estrada de Ferro Sorocabana e a outra foi inaugurada em 1892, pela São Paulo Railway. Apesar disso, as duas estações não eram próximas entre si e a estação de metrô fica sob a antiga estação da Sorocabana.. A estação, uma das mais movimentadas do sistema (mais de 200 mil pessoas por dia), graças as linha 7 e 8 da CPTM e seu terminal rodoviário, leva o nome do bairro, que por sua vez se origina do fato da região estar próxima da margem do Rio Tietê, estando abaixo dos bairros ao redor. Daí, a Barra Funda. Já o Palmeiras é mais uma equipe de São Paulo homenageada, já que seu estádio, sede e centro de treinamento ficam próximos da estação. Por causa disso, é normal ver seus torcedores indo para o novíssimo estádio palmeirense saindo da estação.
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Estádio do Palmeira, a Allianz Parque, próximo da estação. |
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Barra Funda, antigo bairro industrial que hoje está se modernizando. |
Marechal Deodoro
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Interior da Estação |
A estação que fica no bairro da Santa Cecília, é prima das estações Paraíso e São Bento por ser sobreposta, ou seja, uma via sob a outra. Detalhes técnicos a parte, o nome da estação vem de seu endereço, a Praça Marechal Deodoro, que faz referência ao Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente da história do Brasil, governando-o entre 1889 e 1891.
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Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do país (1889-1891) |
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Praça Marechal Deodoro |
Santa Cecília
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Ao fundo, a Igreja que dá nome a estação |
A estação, uma das poucas da linha com plataformas laterais, recebe o nome do bairro aonde está, que nesse caso é o da Santa Cecília. A Igreja dedicada a Santa está muito próxima da estação, sendo que ambas estão no lardo da Santa Cecília. Santa Cecília é a padroeira dos músicos e a igreja atual é de 1901, embora ela existisse antes, já que seu endereço original era no Largo do Arouche, em uma área mais alta. Mas uma disputa pelo terreno onde ela ficava, fez com que ela descesse morro abaixo e ficasse aonde ela está atualmente.
República
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Ao fundo, a secretaria estadual da educação. |
Muito fácil! O nome vem do seu endereço, da Praça da República, uma das maiores praças de São Paulo e que dá nome ao bairro que faz parte do chamado Centro Novo (o velho é na Sé). Mais ou menos. O nome do lugar antes era Largo dos Curros, local onde aconteciam touradas e rodeios, além de abrigar um hospício e área para doentes com varíola. Mas tudo mudou em 1889, quando antes de receber a denominação atual devido a república recém-proclamada no Brasil, ela se chamou Largo da Palha, Praça das Milícias, Praça 7 de Abril e Praça 15 de novembro. Atualmente, a estação tem ligação com a Linha 4 - Amarela.
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Praça da República, em São Paulo. |
Anhangabaú
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Entrada da estação. |
A estação se localiza próxima ao Vale do Anhangabaú, grande espaço público de São Paulo onde ocorrem diversos eventos e funcionando como um grande calçadão. Mas o nome Anhangabaú e um tanto sinistro. Todo aquele lugar era o Rio Anhangabaú, formado da união de três rios, que como o Anhangabaú, estão escondidos debaixo de nós: o ribeirão Itororó (hoje, a Avenida 23 de Maio), o córrego das Saracuras (hoje, a Avenida 9 de Julho) e o córrego do Bixiga (que está abaixo da Rua Maria Paula). O nome possui várias interpretações, mas o nome de origem tupi significa "Rio do Diabo", "Rio ou água do malefício" e outros nomes do estilo. Tudo isso devido a sua água salobra, imprópria para o consumo e se consumida, provocava doenças.
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Vale do Anhangabaú, que esconde um rio por debaixo de seu piso. |
Sé
Vide Parte 1.
Pedro II
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Entrada da estação. |
A outra estação com plataformas laterais e que possui ligação com o Expresso Tiradentes, tem seu nome baseado no seu local, o Parque Dom Pedro II, que antes de estar degradado (e muito) hoje, foi uma bela área verde de épocas passadas. Seu nome, claro, vem do Imperador Dom Pedro II, o governante que mais tempo esteve a frente do país (49 anos no trono) e também o último monarca, já que após ele, veio a república.
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Dom Pedro II, o próprio. |
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Parque Dom Pedro II. |
Brás
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Totem da estação. |
Outra estação pra lá de movimentada e com ligação a mais três linha da CPTM (10, 11 e 12), sendo que a antiga estação de trem é de 1845. O nome da estação vem do bairro, claro. Mas o nome Brás vem do antigo proprietário das terras que originaram o bairro, isso no século XVIII. O nome dele era José Brás. Já a estação de trem, chegou a ser renomeada em 1945 com o nome Roosevelt, em homenagem ao ex-presidente estadudinense morto naquele ano, Franklin Roosevelt. Mas em 1994, a estação de trem voltou a se chamar Brás.
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Bairro do Brás, importante centro comercial de roupas do Brasil |
Bresser-Mooca
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Entrada da estação. |
Outra estação que foi renomeada com o tempo. O nome da estação ganhou o nome da rua onde está. Mas quem é Bresser? Na verdade, são vários, já que Bresser é o nome de uma família vinda da Alemanha que muito contribuiu com a cidade nos tempos de império. Mas o Bresser da estação é Karl Abraham Bresser, que depois virou Carlos Abrão. Este senhor foi um engenheiro e major da antiga Prússia, que fez a primeira planta de São Paulo e participou de obras como as retificações dos rio Tietê e Tamanduateí. Além disso, contribuiu com o desenvolvimento do Brás e da Mooca, já que próximo de sua chácara, construiu várias casas e galpões e ganhava a vida com seus aluguéis. Pelo fato de Bresser estar intimamente ligado a história da Mooca e o bairro estar próximo da estação, a estação foi renomeada em 2006. Já o nome Mooca vem do tupi e significa "Fazer casa". Provavelmente, uma expressão indígena sobre os colonos fazendo casas na região.
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O verdadeiro Bresser, Karl Abraham. |
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O famoso bairro da Mooca. Nome indígena, presença italiana. |
Belém
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Totem de boas-vindas. |
Mudando de bairro, a estação leva o nome daquela cidade onde surgiu o Calypso. Mentira! O nome do bairro que da nome a estação vem da Paróquia de São José do Belém, por onde o bairro se formou. São José é o santo católico que representa o pai de Jesus Cristo, além de ser o padroeiro dos pais, dos carpinteiros e da família. Já Belém não faz referência a Belém do pará e sim Belém, cidade que atualmente faz parte da Cisjordânia (Palestina). A cidade é o local de nascimento de Jesus e também do Rei Davi.
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Igreja de São José do Belém. |
Tatuapé
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Interior da estação. |
Estação ligada as linhas 11 e 12 da CPTM, além de possuir dois Shoppings (um de cada lado). O nome do bairro é um tanto óbvio. Vindo da língua Tupi, Tatuapé significa "caminho dos tatus".
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Tatu, que deu nome ao bairro. |
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Bairro do Tatuapé, bairro que sofreu valorização ao logo dos anos. |
Carrão
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Interior da estação. |
Não pense que os belos modelos de carros na região deram nome a região. Como diria aquele apresentador da RGT, Errrrrrrou! O Carrão da estação vem do fato desta estação, que fica no Tatuapé, estar na divisa com o bairro do Carrão. O Carrão do bairro é uma homenagem a João da Silva Carrão, conhecido como Conselheiro Carrão. O figura nascido em Curitiba foi presidente (hoje, governador) do Pará, deputado provincial, deputado federal e senador durante o Brasil Império. Além disso, foi advogado e jurista.
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O famoso Conselheiro Carrão. |
Penha
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Operação da estação. |
Um dos mais antigos bairros de São Paulo, o bairro/distrito se formou junto da Igreja de Nossa Senhora da Penha, a padroeira de São Paulo. A Igreja foi construída em 1667 e o bairro começou a se expandir a partir dali. A padroeira recebeu o nome de Penha em razão dela ter sido encontrada numa penha (que significa monte, rocha, colina), na Espanha, estando escondida devido a guerra entre muçulmanos e cristãos. O bairro, que se chama oficialmente Penha de França, tem esse "França" em razão de, segundo a história, o peregrino que achou a imagem era francês. E por estar numa colina, Penha foi um nome que caiu bem.
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Igreja Matriz de Nossa Senhora da penha, que deu origem ao bairro. |
Vila Matilde
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Totem da estação. |
A região que dá nome a estação recebeu este nome em homenagem a uma das filhas de Escolástica Melchert da Fonseca, dona de uma grande gleba de terras na região do Parque do Carmo. A Matilde era filha de Escolástica e havia se casado com Macedo Soares, embaixador e ex-ministro de Getúlio Vargas. A parte principal da Gleba recebeu o nome da filha.
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Vila Matilde atual. |
Guilhermina - Esperança
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Apesar dos esforços, não consegui encontrar exatamente a origem dos nomes. |
Neste outro ponto da Vila Matilde, veio a junção de dois bairros: a Vila Esperança e a Vila Guilhermina. A estação iria se chamar Rincão, mas a pressão dos moradores do bairro mudou o nome para Vila Esperança. Mas três meses depois da inauguração, a estação veio a ganhar o nome atual.
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Vila Esperança. |
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Vila Guilhermina. |
Patriarca
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Totem da estação. |
Mais uma do distrito da Vila Matilde. Desta vez, o bairro é a Cidade Patriarca, que dá nome a estação. Mas quem seria o Patriarca? O Patriarca nada mais é do que José Bonifácio de Andrade e Silva, conhecido como o "Patriarca da Independência" e foi uma personagem importante para que ela ocorresse, já que liderou as tropas de resistência a Portugal. Sem contar ainda, que após virar oposição ao governo de Dom Pedro I, se reconciliou com o próprio e foi tutor de Dom Pedro II. Isso antes de ser demitido em 1833.
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Cidade Patriarca. |
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José Bonifácio, o Patriarca da Independência. |
Artur Alvim
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Totem da estação. |
Mais um engenheiro homenageado nesta linha (que lindo!). A estação, ou melhor o bairro/distrito, homenageia Artur Alvim, engenheiro que ajudou na construção da Ferrovia Central do Brasil (que ligava São Paulo ao Rio de Janeiro), sendo que ele inaugurou uma estação na região em 1888. Além disso, Artur construiu a primeira escola municipal da região e a partir daí, o bairro se desenvolveu.
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Distrito de Artur Alvim |
Corinthians - Itaquera
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Entrada da estação, uma das mais movimentadas da linha. |
A última estação da linha é bastante movimentada, já que se conecta com a Linha 11 e no seu entorno, há um Shopping e um estádio. A estação leva o nome do bairro, Itaquera, que na língua tupi significa "Pedra adormecida" ou "Pedra Dura". Apesar do nome próprio, a estação de trem que foi inaugurada em 1875 se chamava São Miguel, já que o bairro de Itaquera não existia como distrito e era ligado a São Miguel Paulista. Já o nome do Corinthians tem a ver com o sonho do time construir um estádio próximo da estação, o que foi realizado 104 anos após a fundação do clube. A Arena Corinthians recebeu jogos da Copa do Mundo, incluindo a abertura. Apesar disso, o lugar já era ligado ao Corinthians antes, já que as categorias de base da equipe ficava no terreno que serviu de construção ao estádio. Lindo a linha terminar assim, com um rival em cada ponta, já que o grande rival dos corintianos estão do outro lado da linha.
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Arena Corinthians |
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Bairro de Itaquera atualmente. |